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Peixes explorados em fazendas sofrem de atrofia e depressão grave

28 de janeiro de 2018
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Estes peixes são conhecidos como “abandonos”. Segundo uma pesquisa da Royal Society Open Science, eles exibem comportamentos e química cerebral quase idênticos aos de pessoas muito estressadas e deprimidas.

Foto: Animals Australia

“Os peixes são capazes de ter um comportamento complexo e seu sistema cerebral possui diversas semelhanças com os mamíferos, incluindo os humanos”, explica Marco Vindas, principal autor do estudo.

Foi revelado que os peixes “abandonados” apresentavam níveis significativamente maiores de cortisol, um hormônio de resposta ao estresse, assim como uma maior atividade do sistema serotoninérgico, que está envolvido no sono, apetite, respiração, humor e muito mais. Problemas com esse sistema neural foram relacionados a doenças mentais graves, como a depressão.

“Eu não iria tão longe a ponto de afirmar que eles estão se suicidando, mas, fisiologicamente falando, eles estão no limite do que conseguem tolerar e, como permanecem nesse ambiente, morrem em decorrência de sua condição”, acrescenta Vindas.

Segundo a Animals Australia, os peixes vivem em condições muito estressantes em fazendas, que são muito diferentes da natureza. Eles são mantidos em tanques lotados e suportam interações indesejadas com outros peixes, além do manejo de humanos, da luta para conseguir alimento e mudanças  na iluminação, na profundidade da água e nas correntes. Assim como porcos e galinhas, os peixes sofrem nessas instalações.

A pesquisa sugere que o modo como os peixes enfrentam ambientes estressantes não se difere da maneira dos humanos. Outros estudos descobriram que a inteligência dos peixes é maior do que as pessoas pensam.

Culum Brown, especialista em comportamento de peixes da Macquarie University (NSW), declarou; “Os peixes são mais inteligentes do que aparentam. Em muitas áreas, como a memória, seus poderes cognitivos combinam ou excedem aqueles de vertebrados “superiores”, incluindo primatas não humanos”.

Infelizmente, os peixes que vivem no oceano não estão livres da crueldade. Todos os anos, bilhões de animais são capturados por grandes redes para serem mortos para a alimentação humana. Conforme os animais são puxados para a superfície, muitos são esmagados até a morte devido ao peso de outros animais.

Outros sofrem com a ruptura dos olhos e órgãos devido à mudança repentina de pressão. Aqueles que não falecem antes de atingirem o convés embarcação têm uma morte lenta e dolorosa por meio do sufocamento. O sofrimento causado por isso pode exceder a agonia do afogamento de um ser humano.

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