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Guaxinins e capivaras sofrem com o assédio para tirar selfies

21 de janeiro de 2018
3 min. de leitura
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O vídeo foi feito no Blind Alley, um café em Seul, na Coreia do Sul, que oferece ao público a oportunidade de interagir com três guaxinins – Shot, Crema e Kong – além de uma capivara e um corgi chamado Cookie. Especialistas explicam que o café é um ambiente inadequado para animais selvagens e que é apenas uma questão de tempo antes que as pessoas ou os animais se machuquem.

Foto: Insider

“É um desastre esperando para acontecer. Há uma possibilidade muito real de que os guaxinins possam arranhar ou morder ou prejudicar alguém, devido à brincadeira ou porque os humanos estão atormentando-os propositalmente ou involuntariamente ou os assediando. Se alguém ficasse ferido, o que aconteceria aos guaxinins?”, questiona DJ Duc Schubert, biólogo de animais selvagens do Animal Welfare Institute (AWI).

Muitas pessoas fizeram avaliações ruins do Blind Alley no Facebook e no TripAdvisor  e afirmaram ter visto membros da equipe e convidados assediando os animais. “Um lugar tão triste e desolador. As pessoas estão perseguindo seriamente os pobres guaxinins com paus de selfie e acariciando-os como se fossem bonecas. Quando os animais tentam fugir, as pessoas correm, pressionando-os nos cantos ou colocando-os em suas cabeças em pequenas gaiolas. É insano. A equipe incentiva o frenesi”, escreveu uma pessoa no Facebook.

Foto: Insider

Outro usuário ficou particularmente preocupado com o bem-estar da capivara. “Eles possuem uma capivara presa em uma pequena sala sem piscina e as capivaras precisam de muito espaço e uma piscina para se exercitar. Ele também parecia aterrorizado e tinha medo de todos”, disse.

No TripAdvisor, há uma mensagem sobre um funcionário que tentava forçar um guaxinim a fechar a boca provavelmente para que não mordesse as pessoas que tentavam tirar selfies. Nas imagens divulgadas nas mídias sociais, um dos guaxinins parece particularmente receoso e parece passar a maior parte do tempo em cima de um cano perto do teto. “Se esse guaxinim está sempre evitando a interação com as pessoas, aparenta estar particularmente estressado por ficar nesse ambiente”, disse Schubert.

O vídeo afirma que o proprietário do café “adotou” os guaxinins de um criador e importador de peles, segundo o The Dodo.

Segundo a filmagem, a capivara era explorada em um zoológico que foi fechado. Schubert frisa que um café não é o ambiente adequado para os animais.

Foto: Insider

“Se o proprietário os resgatou de uma fazenda de peles, eu parabenizo essa ação. Mas, é claro, isso não significa que você deve colocá-los nesses cafés de guaxinins. O que seria mais adequado é colocá-los em um santuário de animais selvagens com um habitat apropriado para eles viverem se não puderem retornar à natureza. Os guaxinins são animais selvagens e, em minha opinião, é inaceitável explorá-los desse jeito”, esclareceu.

Infelizmente, o Blind Alley não é o único café que permite que o público interaja com animais selvagens. No Japão, há um café que estimula as pessoas a abraçarem ouriços, apesar de os ouriços serem animais noturnos e ficarem tímidos com humanos.

Se as pessoas querem interagir com guaxinins e outros animais selvagens, Schubert sugere o voluntariado em um santuário autorizado. “As pessoas estão explorando a beleza de muitos animais e pensam que podem lucrar com eles criando ambientes onde humanos podem interagir com esses animais. Os clientes precisam assumir alguma responsabilidade por fazer parte do problema que permite que esses cafés sejam tão populares”, concluiu Schubert.

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