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Engenheiro aluga espaço para realizar festa de aniversário de cão

13 de novembro de 2017
5 min. de leitura
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Foto: Arquivo Pessoal

Quanto você já gastou para comemorar o próprio aniversário ou de um filho? O engenheiro eletricista Rui Barbosa, de 64 anos, já chegou a desembolsar R$ 12 mil para celebrar a vida do “filho” dele, um cachorro da raça pinscher chamado Mike Tyson Barbosa, ou “Nego Lindo”, que completou 3 anos. Para festejar a data, o engenheiro “fechou” um bar de amigos no bairro Alvorada 1, o Bar do Metal, na Zona Centro-Oeste da cidade.

E o que era para ser apenas um almoço se estendeu até as 2h deste domingo (12). As fotos da comemoração, com temática do Flamengo, viralizaram na internet e deram fama ao cão. “Eu falei que a bebida era por minha conta, mandei fazer bolo, salgadinho, teve churrasco. O pessoal foi chegando, todo mundo queria parar e comer um pedaço de bolo”, contou Rui à reportagem do Portal A Crítica.

Foto: Evandro Seixas

Oficialmente, o aniversário de Mike Tyson é no dia 7 de novembro. Porém, como este ano a data caiu em uma terça-feira, a comemoração foi adiada para este sábado. E na data, ele foi à carater, de acordo com o tema da festa: Mike vestiu uma camisa do Flamengo e colocou cordões de ouro.

Mas se engana quem pensa que promover uma festa por ano é suficiente. Fanático pelo Boi-Bumbá Garantido (além do Flamengo), há dois anos Rui levou Mike Tyson para a ilha de Parintins na época do Festival Folclórico e organizou lá um “aniversário fora de época”, como o próprio engenheiro define, aos custos de R$ 12 mil, incluindo transporte, hospedagem e própria organização da festa.

A irmã de Mike Tyson

Hoje o paparicado pelo “papai coruja” é Mike Tyson, mas até agosto do ano passado o cão dividia os mimos com Dolly, outra pinscher que morreu após 18 anos de vida ao lado de Rui. E a história de comemorar o aniversário dos filhos caninos começou com Dolly. Por dez vezes Rui realizou as festas de aniversário para Dolly em Parintins para comemorar as passagens de ano da “filha primogênita”.

Foto: Arquivo Pessoal

Os festejos sempre eram feitos na Ilha Tupinambarana porque o aniversário dela era celebrado em 8 de junho, data sempre próxima do festival. “Ela sempre ia comigo em todos os festivais, eu pintava as unhas dela de vermelho e branco, ela ia vestida de cunhã-poranga, com cocar”, lembra Rui. Fato que fez com que Dolly se tornasse até uma celebridade na terra dos bumbás.

Há dois anos, porém, Mike Tyson vem substituindo Dolly nas festas de Parintins. “No ano passado, a Dolly estava cega. Então, eu levei o Mike Tyson. Porque todo mundo queria que fizesse a festa lá. Esse ano, como a Dolly havia falecido, mantendo a tradição eu levei o Mike”, explicou Rui.

Mike maltratado na rua

Mas a história do cão Mike Tyson com o engenheiro eletricista não começou de maneira feliz. Em 2015, Rui encontrou um rapaz maltratando o então filhote em via pública no bairro Viver Melhor, Zona Norte, e questionou o motivo ao agressor. Segundo Rui, o homem contou a ele que estava vendendo o cachorro porque não tinha mais condições de mantê-lo. Então, o engenheiro o comprou por R$ 150.

“Eu ainda demorei para levar ele para a casa porque a Dolly era muito ciumenta, não deixava que ninguém encostasse em mim”, lembra. Com o antigo tutor, Mike Tyson se chamava Marrone. A mudança de nome veio como sugestão dos amigos. Atualmente, Mike Tyson já é “velho conhecido” da confraria de amigos de Rui.

Foto: Arquivo Pessoal

Sequestrado e com disfunção

Todos os dias, Rui caminha com Mike Tyson no calçadão da Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus. Em uma dessas caminhadas, o pincher foi levado por uma moça. Uma lembrança triste para o tutor. “Ele anda solto comigo. Como ele anda solto, muita gente pega ele. Quando a mulher levou ele, eu coloquei anúncios nos jornais, paguei gratificações, até que um policial o encontrou”, relembra Rui.

E os cuidados com o pequeno cão só aumentaram após o diagnóstico de uma doença. Segundo o engenheiro eletricista, Mike sofre de um problema mental, uma disfunção que o faz desmaiar caso ele não tome determinados medicamentos. Além disso, o queridinho também tem uma doença que atrapalha a coordenação motora. “Se ele saltar, por exemplo, ele cai. Não consegue parar em pé”, explica Rui.

Para evitar os desmaios, Mike Tyson consome diariamente Gardenal e Vertix, conta Rui. E qual a melhor forma para ele tomar a medicação? “No café com leite. Sim, todos os dias ele toma café com leite”, afirma. Só que o café com leite nas manhãs não é a única regalia de Mike Tyson. O cãozinho tem até um telefone celular, que segundo Rui, serve para ele se comunicar com as amizades.

Foto: Arquivo Pessoal

Por que faz isso, Rui?

O engenheiro eletricista tenta explicar o amor que sente por Mike e pelos animais. “Sempre fui muito respeitoso. Principalmente com animais, a natureza. Talvez seja por isso”, acredita ele, que é solteiro e sem filhos. Ou melhor, só teve Dolly e Mike Tyson como filhos.

E se alguém quiser conhecer Mike Tyson e o tutor Rui e não der a sorte de encontrá-los caminhando na Ponta Negra, em Manaus, pode ir até Parintins durante os dias de Festival Folclórico. Segundo o engenheiro eletricista, a presença do pinscher na festa dos bumbás de 2018 já está confirmada.

Foto: Evandro Seixas

Fonte: A Crítica

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