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Renascimento

12 de novembro de 2017
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Depois de muitos anos sozinho, mesmo sendo pai de dois filhos e avô de alguns netos, o velho homem cansado decidiu não mais viver.

Arrumou toda a casa como de costume, colocou sua melhor roupa, fez uma longa carta de despedida que cuidadosamente colocou perto das fotografias de seus filhos e netos, e saiu.

Chorando entrou no ônibus com destino ao antigo viaduto, o mesmo que muitas vezes foi o cenário dos momentos felizes que passou junto com sua já falecida esposa, local bonito que costumavam passear, seria o palco da despedida definitiva de sua vida triste e solitária.

Quando se preparava para saltar do viaduto, buscando de forma ilusória um fim da solidão e da saudade; eis que houve um miado sofrido de um ser verdadeiramente abandonado.

Fingiu o velho não ouvir, e ao tentar insistir com aquele covarde ato de desespero, o miado se fez mais agudo, parecia falar com ele, pedir socorro.

Então contrariado mexeu na lixeira, e lá estava à resposta do Criador, na forma de um gatinho, para a cura da sua dor.

Em lagrimas e um tanto envergonhado viu que aquele pequeno lutava para viver, tentando escalar a lixeira, e ele um burro velho, como costumava pensar sobre si, pensando em morrer.

Agarrou o pequeno peludo, e fez o caminho de volta para casa, precisava alimentar aquela criaturinha, pensava.

Porem estava diferente, carregava alem de um sorriso verdadeiro no velho rosto, uma vida a mais para cuidar, uma razão para continuar a viver, uma motivação para acordar todas as manhãs.

E nítida era a felicidade no ônibus de um velho homem que acabara de renascer pelas patas de um irmãozinho peludo.

Reprodução | Facebook

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