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Peixes entram em pânico após serem abusados em laboratório

1 de outubro de 2017
2 min. de leitura
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Ele entrou em pânico e depois começou a observar o ambiente. Só havia uma barreira de vidro e um pedaço de plástico no chão do aquário que era seu único abrigo. Depois, um enorme bico de uma ave entrou na água e ele se escondeu sob o plástico à espera da morte.

Peixe aterrorizado durante experimento
Foto: Tom Houslay

Porém, o instrumento não retornou e ele foi retirado do aquário com uma rede e devolvido a um ambiente familiar, com alimento e a companhia de seus amigos. A vida parecia ter voltado ao normal durante três dias até a rede surgir novamente, assim como o mesmo tanque estranho e aterrorizante. Isso ocorreu repetidamente, já que ele era um peixe pelo laboratório de Tom Houslay.

O peixe poderia ser um dos 105 guppies de Trinidadian que a equipe de Houslay, da University of Exeter, submeteu a doses regulares de terror para determinar se os animais possuem personalidades.

Foi comprovado que eles possuem. De acordo com o estudo da equipe, publicado na Functional Ecology, cada peixe demonstrou uma resposta única ao estresse, que eles enfrentaram a cada três dias.

“Alguns deles vão direto para o abrigo. Alguns simplesmente param de se movimentar, talvez esperando não ser vistos. Alguns correm para o lado e apenas nadam para cima e para baixo tentando escapar”, disse Houslay, biólogo e o principal autor da pesquisa extremamente cruel.

Isso pode não surpreender qualquer pessoa que tenha um aquário, mas a equipe de Houslay foi muito mais longe do que a média. Eles injetaram polímeros codificados por cores sob as escamas dos guppies, que foram selecionados aleatoriamente de uma população, criada na universidade, descendente dos peixes selvagens do rio Aripo, em Trinidad.

Os pesquisadores filmaram, cronometraram e analisaram cada peixe submetido a momentos de pânico.  Ao medir quanto tempo cada guppy permanecia escondido, paralisado ou apavorado de alguma maneira, os pesquisadores determinaram que alguns peixes eram naturalmente covardes e alguns eram relativamente corajosos.

Em outras palavras, todos aqueles peixes aparentemente idênticos, que cresceram nos mesmos tanques do laboratório, desenvolveram características de caráter singulares.

Em uma tentativa de justificar a extrema crueldade, Houslay disse que as personalidades dos guppies ainda não haviam sido estudadas.  Agora ele quer saber se a coragem e a covardia dos animais são transmitidas geneticamente, revelou a reportagem do Washington Post.

Por isso, sua equipe está criando a próxima geração de peixes que serão torturados – uma ampla família de irmãos e irmãs e meio-irmãos, que serão submetidos a testes de estresse.

O biólogo alega que os 105 peixes que entraram em pânico voltaram para seus tanques “para viver vidas felizes novamente” como se peixes pudessem experimentar a felicidade em cativeiro e após passarem pelos experimentos traumáticos.

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