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Eletrocutados e desnutridos: os horrores suportados por elefantes e jacarés explorados em circo

2 de setembro de 2017
4 min. de leitura
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O ex-funcionário detalhou diversas situações mostrando o sofrimento dos animais explorados pelo local e que, frequentemente, não são vistos pelo público.

Elefante em apresentação de circo
Foto: Reprodução/Youtube, PETA

Eletrocutados, com sangramentos e deixados em um caminhão durante dias

Ele disse que o adestrador do Carson & Barnes Circus (fornecedor de elefantes para o Garden) Habib Omar puxava os elefantes Libby e Bunny com uma ferramenta afiada chamada bullhook ou os eletrocutava antes de eles subirem ao palco. O informante percebeu que os choques elétricos foram usados porque o abuso não causaria derramamentos de sangue, que seriam vistos antes de um show.

Ele descreveu elefantes regularmente sangrando atrás das orelhas durante a turnê do show de 2016. No mesmo ano, o informante disse que uma das elefantas exibidas pelo adestrador Anthony Frisco de Carson & Barnes ficou extremamente doente e deprimida.

De acordo com ele, ela se deitou por longos períodos sem se levantar enquanto outro elefante a observava, emitindo vocalizações e acariciando-a com a tromba. Embora a elefanta tenha ficado doente por dias, nenhum veterinário a examinou.

Quando o circo viajou com o expositor de elefantes Brian Franzen, foi usado apenas um elefante asiático chamado Okha, embora houvesse três elefantes no total. Foi informado que Franzen deixou os outros dois no caminhão durante longos períodos, às vezes por até quatro ou cinco dias por vez. Depois de dias de confinamento, eles saíam do caminhão cobertos por fezes. Okha foi trancado em um caminhão durante 20 a 21 horas diariamente.

Camelos gritando e truques estúpidos

Durante um incidente que ocorreu após uma apresentação de 2016 em Palm Beach, na Flórida, o ex-integrante do circo testemunhou o adestrador Hoosier Camel Encounter, Evan Wall, espancando e chutando um camelo chamado Cash. A agressão continuou por um período entre 10 e 15 minutos, mas ninguém tentou impedir o abuso. O camelo emitiu um som tão alto devido aos golpes que seus gritos podiam ser ouvidos no palco.

Muro chicoteava os pés dos camelos – às vezes até sangrarem – para fazer os animais correrem mais rapidamente ao entrarem no ringue. O ex-funcionário descreveu as instruções do gerente do circo Zack Garden sobre como lidar com camelos como realmente violentas, mas disse que o circo ignorava o sofrimento dos animais.

No início deste ano, a PETA enviou um vídeo (publicado pela Animal Defenders International) ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de uma llama chamada Poncho tropeçando e caindo de costas após não conseguir pular nas costas de um camelo.

Os ativistas descobriram que a llama caía quase todos os dias. Eventualmente, ela parou de tentar fazer o truque sem sentido. Simultaneamente ao envio do vídeo para o USDA, o expositor foi intimado depois que um treinador repetidamente chicoteou a llama no palco quando ela se recusou a realizar um truque e cuspiu ele de tanto estresse.

No início deste ano, o circo viajou com um bebê búfalo chamado Tatonka, que sempre foi mantido em um caminhão, exceto quando ele era obrigado a se apresentar por alguns minutos.

Os treinadores arrastavam o bebê aterrorizado para o local de exibição com uma corda presa a uma argola colocada no seu septo. Assim, qualquer pressão sobre a corda provocaria dor. O informante notou que o búfalo era muito vocal quando estava preso dentro do veículo e enquanto era arrastado pelo nariz.

Segundo ele, quando Tatonka se recusou a andar, o adestrador gritou e utilizou todo o peso do corpo para puxar a corda presa no nariz do animal. Quando o búfalo finalmente entrou no ringue, ele ficou apavorado e começou a correr em círculos. Eventualmente, Tatonka e Poncho foram enviados para um zoológico itinerante, onde permanecerão aprisionados e serão privados de qualquer coisa que se assemelhe a uma vida natural.

Jacarés famintos e mortos

Com a crueldade do Garden Bros. Circus, não é nenhuma surpresa que o circo incentive encontros com animais selvagens. De acordo com a fonte da PETA, alguns trabalhadores foram autorizados a usar jacarés e cobras para vender fotografias com os animais visando apenas ao lucro.

A fonte relatou que, em 2016, o circo geralmente tinha dois ou três jacarés para explorar em fotos e os mantinha nos bastidores em uma caixa de plástico sem água e com a boca selada. Ele foi informado que a comida para esses animais era limitada para evitar que eles ficassem muito grandes.

Os animais morreram depois de somente duas semanas, mas novos jacarés foram enviados ao circo. O ex-funcionário observou que o Garden Bros também permitia que a equipe oferecesse encontros com cobras que geralmente eram compradas em circunstâncias obscuras de locais como o Craigslist.

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