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Novo documentário da Netflix mostra a devastação dos ecossistemas marinhos

21 de julho de 2017
2 min. de leitura
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Ele escreveu uma nota para o colega: “Este é o pior mergulho da minha vida”. Rago acabara de analisar as imagens capturadas dos corais da um mês antes , Quando eles começaram a filmar, o ritmo da destruição ficou muito claro. “Foi como uma pancada no rosto”, disse.

Mergulhador registra estado de corais
Foto: Reprodução, Mother Jones

Rago estava na fase final da filmagem do novo documentário da Netflix, “Chasing Coral”, que mostra como as mudanças climáticas estão devastando nossos ecossistemas subaquáticos.

O filme não disfarça o estado atual de nossos oceanos, explicando que, nos últimos 30 anos, o mundo perdeu a metade de seus corais, principalmente por causa do branqueamento: um fenômeno natural que ocorre quando as temperaturas dos oceanos aumentam e as cores dos corais se tornam brancas.

O diretor de “Chasing Coral”, Jeff Orlowski, também dirigiu “Chasing Ice”, o documentário de 2012 que mostrou o derretimento de geleiras no mundo. O novo filme possui especialistas, mergulhadores veteranos e cientistas que documentaram o branqueamento de corais da Flórida (EUA) a Papua Nova Guiné.

Orlowski disse que nunca havia visto um cientista chorar diante das câmeras até rodar seu filme: “Acredito que todos eles compreenderam o poder das imagens”, observou.

Corais felizes podem viver milhares de anos. Suas cores marcantes se originam das algas que vivem dentro de seus tentáculos. Eles lhes fornecem abrigo e as algas oferecem alimento. Quando as temperaturas aumentam – apenas alguns graus são suficientes – as algas tornam-se desconfortáveis e destrutivas, e os corais as expulsam, reduzindo seus hospedeiros a esqueletos sem cor e famintos. A menos que o ambiente se torne mais temperado e as algas retornem, os corais morrerão de desnutrição.

Os recifes de corais, também conhecidos como florestas de corais, criam um ecossistema subaquático do qual 25% de toda a vida marinha depende para se alimentar e encontrar abrigo. Mas isso está mudando à medida que os oceanos são quentes.

Segundo o Mother Jones, a Grande Barreira de Corais – uma floresta de corais que é maior que a Grande Muralha da China – teve dois eventos negativos de branqueamento, que prejudicaram 67% do recife nos últimos dois anos.

“Chasing Coral” ajuda a perceber a relação entre o estado dos oceanos e o futuro da vida terrestre. O oceano absorve 93% do calor extra que fica preso pelas emissões de gases de efeito estufa, causadas principalmente por seres humanos que queimam combustíveis fósseis como o carvão e o petróleo. Se essa absorção não ocorresse, a temperatura média acima da água seria de 50 graus.

Depois de encerrar o filme, Rago admitiu que aquele não era o pior mergulho de sua vidam, mas sim quando sua equipe voltou para Lizard algumas semanas depois e a mesma floresta de corais parecia um cemitério: “Não havia nada vivo”, desabafou.

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