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Pesquisadores estudam a influência de aerossóis nas mudanças climáticas

29 de junho de 2017
3 min. de leitura
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Erupção de Sarychev
Foto: NASA

Eles descobriram que a erupção de Holuhraun, a maior desde Laki, que ocorreu durante oito meses em entre 1783 e 1784, emitiu dióxido de enxofre em um taxa maior do que a de 28 países europeus agregados, gerando uma grande nuvem de partículas aerossol de sultado no Atlântico Norte.

Esses aerossóis reduziram o tamanho das gotículas das nuvens, mas ao contrário do que se esperava, não aumentou a quantidade de água delas.

Os pesquisadores acreditam que esses resultados surpreendentes podem diminuir de forma significativa as incertezas sobre as futuras projeções climáticas, descrevendo o impacto dos aerossóis de sulfato formados a partir de emissões industriais humanas nas mudanças climáticas.

O estudo pioneiro foi publicado na principal revista científica, a Nature.

Florent Malavelle, autor principal da pesquisa e membro do Departamento de Matemática da Universidade de Exeter, afirmou: “A enorme erupção vulcânica proporcionou a experiência natural perfeita para calcular a interação entre os aerossóis e as nuvens”.

“Sabemos que os aerossóis potencialmente possuem um grande efeito sobre o clima, e particularmente por meio de suas interações com as nuvens. Porém, a magnitude desse efeito é incerta. Este estudo não apenas nos oferece a perspectiva para acabar com essa incerteza, mas,  nos oferece a oportunidade de descartar uma série de modelos climáticos existentes, o que significa que podemos prever a mudança climática futura com mais precisão do que nunca”, completou.

Segundo o Phys, os aerossóis desempenham um papel fundamental na determinação das propriedades das nuvens conforme atuam como núcleos nos quais o vapor de água na atmosfera se condensa para a formação de nuvens.

O aerossol de sulfato tem sido reconhecido como o aerossol atmosférico mais significativo originário de fontes industriais, mas existem outras fontes naturais de aerossol de sulfato, incluindo a resultante da liberação de dióxido de enxofre, uma consequência de erupções vulcânicas.

Acredita-se que a erupção Holuhraun tenha emitido entre 40 mil e 100 mil toneladas de dióxido de enxofre diariamrnte durante a fase eruptiva. Usando modelos de sistemas climáticos de última geração, juntamente com pesquisas detalhadas por satélite fornecidas pela NASA e pela Université libre de Bruxelles, a equipe de pesquisa conseguiu estudar a complexidade da nuvem formada como resultado da erupção.

Eles descobriram que o tamanho das gotículas de água produzidas foi diminuído, o que levou à iluminação das nuvens, proporcionando um efeito de resfriamento sobre o clima.

Ainda assim, estes aerossóis não tiveram efeito discernível em muitas outras propriedades das nuvens, incluindo a quantidade de água líquida que as nuvens mantêm e a quantidade de nuvens. Os especialistas acreditam que a pesquisa demonstra que os sistemas das nuvens estão “bem protegidos” contra as mudanças de aerossóis na atmosfera.

O professor Jim Haywood, co-autor do artigo e também da Universidade de Exeter, acrescentou: “As erupções vulcânicas explosivas e efusivas são muito diferentes. A erupção explosiva maciça de Pinatubo em 1991, que injetou aerossol a altitudes de 25 quilômetros na estratosfera,  melhorou nossas simulações do modelo do impacto de erupções vulcânicas explosivas sobre o clima”.

“Os vulcões forneceram uma nova pista no problema climático: como os aerossóis emitidos em altitudes semelhantes às das emissões humanas afetam o clima. Sem dúvida, a erupção efusiva em Holuhraun se tornará o estudo para essa questão”, concluiu.

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