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Especialistas descobrem que vacas possuem relações surpreendentemente complexas

25 de junho de 2017
2 min. de leitura
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Vacas na natureza
Foto: Shutterstock/Menno Schaefer

O que parece ser um grupo pacífico e disperso comendo grama é um sistema complexo de indivíduos com diferentes tensões.

As vacas vivem em manadas para proteger-se dos predadores, mas, como elas se alimentam em ritmos diferentes, o grupo pode prosseguir antes que uma vaca mais lenta acabe de comer – tornando o grupo menor e mais vulnerável aos predadores.

Uma equipe de matemáticos e biólogos da Universidade de Fordham criou um modelo matemático para compreender a dinâmica dos animais.

A pesquisa de sistemas complexos analisa o comportamento como um todo. Este campo de estudo pode ser usado para compreender fenômenos observados em outras disciplinas, como biologia, medicina, engenharia, física e economia.

“Vacas pastando em uma manada é um exemplo interessante de um sistema complexo”, disse Erik Bollt, diretor do Clarkson Center for Complex Systems Science e coautor do estudo.

“Uma vaca realiza três atividades principais durante um dia normal. Ela se alimenta, permanece em pé enquanto realiza alguns processos digestivos e então se deita para descansar”, adicionou.

Embora isso pareça simples, as vacas também devem equilibrar a dinâmica de grupo, de acordo com o Daily Mail.

Elas se alimentam juntas para se protegerem dos predadores, mas, como comem em ritmos variados, o grupo segue antes que um indivíduo acabe de comer.

As vacas mais lentas enfrentam uma escolha difícil: continuar comendo em um grupo menor, menos protegido ou permanecer com um grupo maior e com fome.

Grupos possuem comportamentos complexos
Foto: Shutterstock/Mariusz Szczygiel

Se esse conflito é muito grande, pode ser benéfico que algumas vacas se dividam em subgrupos com necessidades nutricionais semelhantes.

Para modelar essas dinâmicas complexas, Bollt e sua equipe observaram essas tensões.

“Algumas descobertas da simulação foram surpreendentes. Pode-se acreditar que há dois grupos estáticos de vacas – as comedoras rápidas e as lentas e que as vacas dentro de cada grupo realizavam suas atividades de forma sincronizada. Ao invés disso, descobrimos que também havia vacas que se moviam entre as duas”, disse ele.

“A principal razão para isso é que este sistema complexo possui dois ritmos concorrentes. O grupo de animais de grande porte exibiu um ritmo mais rápido e o grupo de pequenos animais mostrou um ritmo mais lento. Para contextualizar isso, uma vaca pode estar em um grupo e, depois de algum tempo, o grupo se tornar muito rápido”, acrescentou.

Em seguida, ela vai  para o grupo mais lento, mas enquanto se desloca entre os dois, a vaca está mais vulnerável aos predadores, o que cria uma tensão entre a necessidade de se alimentar e de segurança.

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