O  falcão de cauda vermelha foi visto pela primeira vez em maio, no ninho das águias junto com os bebês da espécie. Apesar de serem visivelmente diferentes dos outros, as águias adultas parecem considerar o falcão como seu filhote, garantindo que ele receba o alimento levado ao ninho.

Como esse acontecimento inusitado ocorreu? O pesquisador David Hancock, da Hancock Wildlife Foundation, observou atentamente a família e tem uma teoria.

“Acredito que o falcão foi capturado pelas águias como alimento potencial e levado de volta ao ninho. Esse não é um evento inédito”, disse.

Porém, em vez de matá-lo, as águias aparentemente tiveram uma mudança de perspectiva.

“É uma ótima questão biologicamente enraizada. Se uma águia possui dois de seus próprios bebês no ninho, por que ela não dá o outro para alimentá-los? Obviamente, há algum mecanismo que a impede. Pode ser porque o bebê falcão tenha uma aparência semelhante ou emitiu um som que gerou o cuidado como resposta. É um conceito interessante”, explicou ao The Dodo.

Seja como for o caso, Hancock denomina isso de “pausa sortuda” para o falcão.

O que torna a situação ainda mais incrível é que os bebês águias não parecem se incomodar em ter que compartilhar o ninho ou o alimento deles com o filhote emplumado. Ao contrário, parece que estão felizes com a presença dele.

“Não há rivalidade entre os irmãos. As águias são gentis com isso. É inacreditável”, afirmou Hancock.

Os falcões de cauda vermelha deixam o ninho dos pais mais cedo do que as águias carecas e, se tudo correr bem, esse bebê adotado logo sobreviverá sozinho.

Ele deve sair do ninho em cerca de uma semana. Mas como os  pequenos falcões normalmente precisam de muita ajuda de seus pais no início (enquanto a águia careca necessita de menos), seu futuro é um pouco incerto.

Hancock planeja estar lá quando o falcão cair no chão após a primeira tentativa de voo para que possa levá-lo para uma instalação onde ele aprenderá as habilidades de que precisa para sobreviver.