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Migração não ajuda pinguins ameaçados por aquecimento global

14 de junho de 2017
2 min. de leitura
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Bióloga com pinguim-imperador
Foto: Stephanie Jenouvrier, Woods Hole Oceanographic Institution

De acordo com novas pesquisas feitas pela Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI), conforme o gelo marinho se deteriora, as 54 colônias de pinguins que existem atualmente enfrentarão perdas devastadoras até o final deste século.

Os cientistas ressaltam que o pinguim-imperador deve ser listado como uma espécie em extinção. O estudo foi publicado na edição deste mês de da revista Biological Conservation.

“Sabemos a partir de estudos anteriores que o gelo marinho é um dos principais impulsionadores ambientais da história de vida dos pinguins-imperadores e que as reduções de 50% observadas nas populações de Pointe Géologie ao longo da costa antártica desde a década de 1950 coincidem com o clima mais quente e o declínio do gelo”, disse Stephanie Jenouvrier, bióloga da WHOI e principal autora do estudo.

“Porém, o que não sabemos é se a dispersão pode impedir ou mesmo recuperar as futuras populações globais. Com base nesta pesquisa, concluímos que as perspectivas parecem sombrias no final de 2100, com a projeção de um declínio da população global de 40% a 99% ao longo de três gerações. O pinguim-imperador merece receber proteção sob a Lei de Espécies Ameaçadas”, acrescentou.

A relação entre pinguins-imperadores e gelo marinho é frágil: muito pouco gelo marinho reduz a disponibilidade de locais para a reprodução e para caçar, informou o Science Daily.

Já uma quantidade alta de gelo significa mais viagens de caça para os adultos, o que, por sua vez, significa menos alimento para os filhotes. Somente nos últimos anos, os cientistas se tornaram conscientes da capacidade dos pinguins de migrar para locais com condições de gelo potencialmente melhores.

Os pesquisadores concluíram que, embora a dispersão possa ser uma resposta muito eficiente às mudanças climáticas em certos casos, a projeção do ritmo acelerado do derretimento do gelo na Antártida cria uma dinâmica complicada.

As mudanças climáticas não são estáticas. Assim, mesmo se os pinguins-imperadores se deslocarem para locais com melhores condições de gelo marinho, essas condições podem mudar dramaticamente de um ano para o outro.

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