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Galgos exportados da Irlanda são destinados a uma vida de abusos em outros países

18 de maio de 2017
3 min. de leitura
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Criadores de galgos têm exportado cães irlandeses para o Paquistão, China e Argentina por meio do Reino Unido e outras regiões da União Europeia para impedir o rastreamento de oficiais do governo.

Muitos dos cães são submetidos a horríveis abusos devido à falta de legislação de proteção animal nesses países.

Galgo explorado em corridas
Foto: Paul Mohan/Sportsfile

A Irlanda possui a reputação de ser a “capital das fábricas de filhotes de cachorro da Europa”. Milhares de filhotes, cada um vendido por centenas de euros, são enviados para portos britânicos anualmente por uma terrível e perigosa indústria.

Muitos dos animais são escondidos na parte de trás de vans e carros antes de serem transferidos para a Europa continental.

O Ministério da Agricultura consegue acompanhar a circulação de cães dentro da União Europeia, mas não pode segui-los uma vez que são transportados para outro país.

Muitos cães são criados como animais domésticos, mas os galgos irlandeses são destinados a compradores estrangeiros que os forçam a participar de esportes sanguinários, como corridas.

Ativistas pelos direitos animais têm pressionado o governo para introduzir uma legislação que limite os países para os quais os cães podem ser exportados.

Como a corrida de galgos é ilegal na Argentina, não há padrões de proteção animal quando os cães chegam ao país.
Já no Paquistão, onde vídeos de galgos abusados foram divulgados online, possui uma proteção muito limitada para os animais.

Uma série de grandes companhias aéreas internacionais, incluindo Qantas e Cathay Pacific, se negou a transportar galgos para a China após descobrir que os cães usados em corridas na pista Canidrome, em Macau, eram maltratados e mortos se não conseguissem terminar frequentemente entre os três primeiros colocados.

As evidências incluem cães sendo jogados em água fervente e cadáveres esfolados dos animais comercializados em Macau. O político Tommy Broughan disse que até 200 cães irlandeses foram exportados de um clube irlandês de galgos para o Paquistão.

O ministro da Agricultura, Michael Creed, informou que seu departamento está ciente das exportações para o Paquistão.

“Meu departamento não possui números sobre os cães que são, por exemplo, exportados para o Reino Unido, o destino mais importante para cães irlandeses e, posteriormente, exportados para um terceiro país”, disse.

Ele aconselhou que os criadores exportem os cães para países com leis de proteção mais rígidas, o que despertou indignação entre ativistas, já que é um absurdo incentivar a exploração dos animais.

A diretora executiva da Dogs Trust, Suzie Carley, pediu ao governo que reforçasse a legislação e apoiasse um projeto de Bill Broughan que visa fiscalizar as exportações dos cães, revelou a reportagem do Independent.

“São necessárias mudanças na legislação atual para salvaguardar o bem-estar de todos os galgos”, disse.

Na Irlanda, até 30 mil cães são criados anualmente em instalações de “becos”, mas o Departamento disse que não pode fornecer qualquer prazo para a introdução da legislação proposta sobre a construção de canis e áreas de exercício.

Brian Gillen, da Sociedade para a Prevenção da Crueldade aos Animais de Dublin, revelou que algumas fazendas de filhotes de cachorro superlotadas podem explorar até 500 cadelas.

“Os cães são arrancados à força da mãe depois de quatro semanas, não são socializados e ficam amedrontados ao redor de seres humanos”, explicou.

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