Por Sophia Portes | Redação ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais)
Ativistas e protetores dos animais fizeram uma manifestação neste domingo (07) contra a morte de 14 cães com suspeita de leishmaniose visceral canina, uma doença infecciosa causada por parasitas. A ação ocorreu em frente a uma clínica veterinária em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Após decretar emergência epidemiológica por conta da doença, a prefeitura informou em nota que cancelou o processo e vai avaliar novas alternativas.
A revoltada dos protetores foi causada pelo fato da prefeitura ter contratado uma clínica veterinária para matar animais com suspeita de infecção. A Secretaria Municipal da Saúde publicou no Diário Oficial de Porto Alegre na última terça-feira (02), uma dispensa de licitação, para contratar a clínica para matar até 300 cães soropositivos para a leishmaniose.
Organizações Não-Governamentais de proteção de defesa animal criticaram veemente a ação da prefeitura. A deputada estadual Regina Becker Fortunati (REDE), que é defensora da causa animal e ex-secretária dos direitos animais, criticou a necessidade da medida cruel durante entrevista dada ao G1. De acordo com ela, o teste que é realizado no laboratório gaúcho Lacen pode gerar resultados falsos.
“De posse desse resultado, que não é conclusivo, eles se acharam no direito de, de forma intimadora, pretensiosa e grosseira, retirar os cães das casas das pessoas. E nesse caso, esses animais estavam sendo levados para serem mortos ”, afirma ela ao G1.
Ainda de acordo com a deputada, o único local no país que gera resultados específicos para a detecção da doença é a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
A Secretaria Municipal de Saúde divulgou em nota que após duas pessoas morrerem por leishmaniose na cidade, a Vigilância em Saúde começou um processo de conscientização sobre o risco de contaminação na região.
Mas, felizmente, após a pressão imposta pelos grupos de ajuda animal, o processo foi suspenso. “A gente conseguiu barrar essa situação agora, mas não tenho dúvida que a intenção era começar com esses 14 cães e a cada semana ir executando outros”, afirma a deputada.
Em nota, a Secretaria disse que suspendeu temporariamente “quaisquer tipos de procedimentos em cães com leishmaniose” e que outras possibilidades estão sendo estudadas para conter a doença. Uma reunião acontecerá nesta segunda-feira (08), com o secretário Erno Harzheim e representantes das entidades, para discutir a questão.
Após o procedimento ser suspenso, os animais voltaram para a Unidade de Medicina Veterinária da Seda, onde estão sob supervisão de especialistas.