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Animais destruídos psicologicamente continuam presos em extremo maltrato em zoos

25 de abril de 2017
3 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Athar Khan/Express

Os macacos possuem um olhar distante enquanto se penduram apavorados das barras das jaulas. Seus comportamentos letárgicos expõem o sofrimento dos animais em um dos mais famosos zoológicos da cidade de Karachi, no Paquistão.

Os animais geralmente hiperativos estão claramente deprimidos devido ao aprisionamento na prisão de concreto. Esta parece ser a história de cada animal no Landhi-Korangi Zoo, que precisa da atenção urgente das autoridades.

Foto: Athar Khan/Express

Até mesmo os visitantes já expressaram insatisfação sobre a manutenção do local. Os recintos dos animais se assemelham a celas de prisão e o mau odor que emana deles é tão forte que os frequentadores mal conseguem se aproximar.

Desde a sua criação em 1998, o zoo foi dado a um empreiteiro privado, Zahid Qureshi, responsável por sua manutenção. Seu filho, Jehangir Zahid, que também trabalha no local, alega que ele está operando em uma “condição ideal”.

Jehangir diz que quer mais animais, que devem vir do Karachi Zoo. Ele afirma descaradamente que alguns dos animais “gostam de viver em um ambiente em ruínas” e disse que destruíram o chão de suas próprias jaulas.

Há alguns meses, duas pumas foram transferidas para o zoo e um touro e uma leoa morreram recentemente no local. Outros animais explorados no zoo são cinco cervos marrons, dois cervos brancos, três touros, quatro macacos e dois crocodilos.

Foto: Athar Khan/Express

Recentemente, o governo de Sindh forneceu Rs 300 milhão para o Carachi Zoo. No Landhi-Korangi Zoo, a maioria dos animais não possui uma placa de identificação. As jaulas estão cheias de lixo e os recintos são estéreis.

Um funcionário local, que preferiu permanecer anônimo, também conta que não há um veterinário no zoo e quando o profissional é necessário, chega vários dias mais tarde, o que afeta gravemente a condição dos animais.

Famílias expressaram sua revolta com as condições do estabelecimento. Daniyal, que foi até lá com os filhos, disse que o zoo se assemelha a um cemitério e os animais parecem doentes ou apáticos. De acordo com ela, restos de comida e de animais ficam nas jaulas por dias, resultando em um odor tão insuportável que os visitantes mal conseguem transitar.

Foto: Athar Khan/Express

Mahera Omar, co-fundadora da Sociedade de Bem-Estar dos Animais do Paquistão (PAWS), disse ao The Express Tribune que todos os zoológicos deveriam ser fechados: “Como você pode enjaular um animal selvagem e torná-lo uma fonte de entretenimento?”, questionou Omar, acrescentando que isso é o auge da crueldade.

“No resto do mundo, o conceito de zoológico mudou décadas atrás, mas no Paquistão continuamos torturando animais em jaulas que se parecem mais com celas de prisão”, lamentou.

Foto: Athar Khan/Express

Ela explica que, na natureza, os macacos são ativos, escalam árvores ou outras estruturas, mas, em jaulas de concreto, ficam propensos à morte, já que são confinados em locais que em nada lembram seu habitat.

“Muitas vezes ouvimos que os animais selvagens pertencem à natureza, mas como podemos justificar [a maneira como] eles são mantidos dentro dessas jaulas? Nós como seres humanos continuamos lucrando com o sofrimento dos animais”, concluiu.

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