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Vídeo expõe a miséria dos cães obrigados a viver com doença muscular em um laboratório

6 de março de 2017
5 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: PETA

Um denunciante divulgou um vídeo terrível que mostra goldens retrievers torturados em um laboratório de testes no Texas (EUA) e que suportam um grande sofrimento devido a uma doença muscular.

As imagens perturbadoras e obtidas por ativistas revelam o estado chocante dos cães da Universidade Texas A & M, que sofrem de diferentes tipos de distrofia muscular (MD), incluindo a distrofia muscular de Duchenne (DMD).

As costelas dos animais famintos, que estão muito debilitados e cuja alimentação é dolorosa ou difícil, são claramente visíveis. Ativistas descreveram os experimentos como “indizivelmente cruéis” e fizeram uma petição para acabar com a reprodução de cães com distrofia muscular.

Os animais são criados para supostamente encontrar uma cura para a doença, mas os ativistas ressaltam que, além de cruéis, os testes são ineficazes e não encontraram uma única solução.

O vídeo perturbador mostra uma grande quantidade de saliva pendurada na boca de cães cujos músculos da mandíbula se enfraqueceram. Os cães são vistos caminhando com dificuldade pelos seus canis pequenos e estéreis para chegar à sua “pasta” – a única coisa que eles são capazes de comer.

Até mesmo equilibrar-se e a respirar é doloroso para os animais. A maioria dos filhotes nascidos no laboratório morrerão antes de completarem um ano de idade devido ao desgaste que a doença provoca nos músculos.

“É evidente para nós que esses cães estão sofrendo. Vemos estes cães muito magros que estão lutando para consumir a papa, eles estão lutando para andar nestas gaiolas de metal minúsculas e estéreis. Eles não recebem nada que lhes é natural. É devastador para quem se importa com cães. Os pesquisadores parecem estar cegos a isso”, disse Alka Chandna, especialista em supervisão de laboratórios da PETA.

Foto: PETA

Chanda disse que os cães começaram a sofrer com apenas algumas semanas de idade. Com seis semanas, seus membros traseiros foram deslocados para a frente, dificultando a caminhada e alguns são incapazes de abrir a boca ou as mandíbulas, de acordo com a organização.

“Os cães normalmente morrem com um ano, o que é provavelmente uma bênção para eles. É uma vida de sofrimento absoluto. Eles estão criando a miséria”, completou.

Os ativistas explicam que não são apenas os animais que sofrem nos experimentos que têm ocorrido nas últimas décadas e são financiados pelos contribuintes.

“Nosso cientista fez uma revisão muito aprofundada da literatura para investigar se as experiências em cães – que foram feitas há mais de 35 anos – realmente informaram o que estava acontecendo com pacientes humanos. A conclusão foi que não houve uma única cura sugerida por essas experiências”, ressaltou Chanda.

“Gerações de humanos estão sofrendo porque estamos desperdiçando nossos dólares em experimentos que são um fracasso. Há duas vítimas aqui – os cães e os seres humanos todos estão sofrendo. As únicas pessoas que lucram com isso são as pessoas que estão fazendo os experimentos”, adicionou.

Foto: PETA

O vídeo da PETA também mostra condições semelhantes na Escola Nacional de Veterinária de Alfort, na França, que também realiza experimentos de distrofia muscular em cães.

Em um clipe feito por câmera escondida, um dos funcionários da escola admite que se o público estava soubesse as condições do local, eles poderiam perder o financiamento.

O Texas A & M possui a maior colônia de cães criados para desenvolver distrofia muscular. A Universidade da Carolina do Norte, Chapel Hill, e a Universidade de Missouri, na Colômbia também torturam muitos cães.

O professor Joe Kornegay, que esteve em todas as três universidades, disse em 1981 que, em casos muito raros, os cães podem desenvolver distrofia muscular. Ele começou a desenvolver os experimentos no início dos anos 1980, que continuam até hoje.

A PETA afirma que ele até mesmo criou uma maneira cruel de verificar o quanto os músculos dos cães foram prejudicados pela doença: “Ele repetidamente estica-os com uma alavanca motorizada para causar lacerações nos músculos”, disse o grupo.

Chanda disse que os filhotes não são os únicos que foram criados para sofrer. As cadelas reprodutoras, que carregam o gene, mas não desenvolveram a condição, são “engravidadas à força uma e outra vez, seus filhotes são arrancados delas e são mantidas no mesmo recinto estéril durante todas as suas vidas”, afirmou.

Foto: PETA

Embora as experiências do Texas A & M sejam legalizadas, a PETA está pedindo restrições muito mais rigorosas em relação a testes com animais nos Estados Unidos.

Os ativistas contam que os laboratórios muitas vezes sabem que estão prestes a receber um inspetor do Departamento de Agricultura semanas antes da visita – dando-lhes muito tempo para limpar e melhorar o local antes da averiguação.

“Estamos dizendo que isso basta. Os contribuintes estão pagando por essas experiências indizivelmente cruéis, que não conseguiram ajudar os humanos. Estamos pedindo ao Texas A & M para libertá-los”, declarou Chanda.

Ela contou que as pessoas ficaram horrorizadas ao saber o que estava acontecendo durante os experimentos: “As pessoas ficaram indignadas, esses animais são membros da família. Falei com muitos indivíduos que viram o vídeo e estão com o coração partido. Não se trata de escolher entre cães e seres humanos, ambos se beneficiarão com o fim dessas experiências.”

Campanhas semelhantes feitas pela PETA obtiveram êxito no passado. Uma campanha de 18 meses conseguiu acabar com experimentos de privação feitos em macacos, pelo Instituto Nacional de Saúde, que ocorreram por 50 anos.

Outra campanha conseguiu fechar um Laboratório Profissional de Pesquisa na Carolina do Norte em 2010. O local fazia testes em cães, gatos e coelhos, segundo o Daily Mail.

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