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A miséria de uma elefanta forçada a suportar décadas de solidão em zoo

13 de março de 2017
4 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: PETA Asia

A vida desta elefanta é definida pelo concreto: os chãos são de concreto, assim como as paredes e até mesmo as “árvores” são concretas.

Mali, uma elefanta asiática de 43 anos, nasceu na natureza, no Sri Lanka. Porém, quando era apenas um bebê, foi capturada, levada para longe de sua família para o Manila Zoo nas Filipinas, onde vive há 40 anos.

Desde a chegada de Mali ao zoológico em 1997, ela é mantida no mesmo recinto de concreto estéril. Inicialmente, dois outros elefantes viveram ao seu lado, mas eles morreram não muito tempo depois da chegada de Mali, informou Jason Baker, vice-presidente da PETA Asia à reportagem do The Dodo. Muito pouco se sabe sobre os outros elefantes ou como eles morreram.

Foto: PETA Asia

Há décadas, Mali vive completamente sozinha. Dentro de seu recinto, há algumas bolas, um pneu, água corrente e pinturas de árvores. Porém, em geral, Mali tem muito pouco enriquecimento, explica Ashley Fruno, uma ativista da PETA Asia.

“Quando você vê Mali, não pode deixar de imaginar o que as últimas quatro décadas foram para ela e a miséria, o tédio e a solidão que ela suportou. Mali já estava no zoológico há quase 10 anos quando eu nasci e durante tudo o que fiz na minha vida, Mali esteve sozinha, olhando para os mesmos muros de cimento de seu recinto”, aponta.

Este tipo de existência tem prejudicado muito a saúde mental de Mali, de acordo com Baker. Na verdade, ela foi observada exibindo alguns comportamentos questionáveis.

Foto: PETA Asia

“Numa exibição verdadeiramente dolorosa do impacto que o Manila Zoo teve sobre Mali, ela foi vista caminhando até a borda de seu recinto e estendendo o pé na esperança de dar mais um passo. Quando ela percebe que chegou ao fim, Mali volta para trás e tenta novamente … e novamente”, disse Baker em um comunicado.

“Finalmente percebendo que não há para onde ir, uma Mali deprimida caminha sem rumo ao redor de seu recinto, pegando detritos do chão. Outras vezes, Mali anda incessantemente ou simplesmente fica em um ponto com sua tromba no chão. É dolorosamente evidente que Mali está profundamente desanimada. Sua mente aguda é uma grande placa em branco que não pode ser preenchida por nada no Manila Zoo”, acrescentou.

A saúde física de Mali também foi afetada. Em 2012, o especialista em elefantes Henry Richardson sugeriu que Mali possui várias doenças distintas em seus pés – que são comuns entre os elefantes cativos – incluindo unhas rachadas, cutículas crescidas e almofadas de pé rachadas. Elas provavelmente ocorreram porque a elefanta vive em um piso de concreto, ao invés de em terrenos naturais.

Desde 2009, a PETA tem tentado convencer o zoo, que é uma instalação administrada pelo governo, a permitir que Mali seja transportada para um santuário, mas o local ainda não agiu.

O zoo argumentou que Mali é muito velha para ser transferida para um santuário e que ela não sobreviveria à viagem, mas Fruno tem uma opinião diferente.

Foto: PETA Asia

“Em todo o mundo todos os anos, elefantes de todas as idades são transportados com sucesso de zoológico a zoológico, de local para local por circos e de zoológicos a santuários por caminhão, avião e trem. Transportar elefantes é uma prática comum e, se for feito com cuidado, provavelmente não causará estresse significativo no animal”, disse em um comunicado.

“Mali tem 43 anos atualmente, mas ela não é muito velha para uma nova vida”, disse Fruno. Temos um plano detalhado para movê-la com sucesso para um santuário, onde ela será capaz de andar livremente em espaços abertos, nadar e tomar banhos de poeira, explorar e, o mais importante, contar com o companheirismo de outros elefantes. Mali não merece menos do que isso”, finalizou.

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