EnglishEspañolPortuguês

Crueldade religiosa: carpas são obrigadas a beber saquê em cerimônia xintoísta

1 de fevereiro de 2017
1 min. de leitura
A-
A+

Por Filype Ruiz/ Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Reprodução | Reuters

Recentemente uma cerimônia xintoísta foi transmitida em rede nacional no Japão.

Em certo momento do evento, ocorre uma espécie de “exorcismo”, consistindo em um terrível abuso animal.

Carpas são alcoolizadas com nihonshu (saquê), e então colocadas no rio, sob a superstição que o álcool serviria como um agente de purificação, livrando mulheres na faixa dos 30 anos e homens na faixa dos 40, de um suposto destino infortúnio.

A mitologia japonesa é carregada de lendas envolvendo carpas, e rituais como esse são compreendidos como homenagens, na esperança que possam acumular bom karma.

Após a transmissão, organizadores do cruel evento divulgaram uma nota declarando que não há intenções de acabar com o rito, independente das críticas e e-mails que tenham recebido. Convictos, alegam não haver maus-tratos, pois nenhuma das carpas jamais morreu.

Curioso pensar que, assim como grande parte da espiritualidade na nipocultura, o xintoísmo tem como base o fim do sofrimento dos seres, e uma forte relação com a natureza. O que nos leva à refletir sobre o nítido especismo em algumas crenças, já que em casos como esse, a prepotência do ser humano sobrepõe à vontade de um ser não-humano.

Nota da Redação: E assim é sempre a relação entre crenças e animais. Suposições criadas pelos próprios humanos, sem qualquer respaldo científico, que jamais podem ser contestadas. É preciso constantemente rever conceitos, ainda que mexa nas estruturas de uma cultura milenar. Afinal, como podemos falar de respeito à fé alheia, se essa mesma fé não respeita a vida de um outro ser?

Você viu?

Ir para o topo