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Nova crueldade: traficantes vendem peles de elefantes para "tratamentos milagrosos"

29 de janeiro de 2017
3 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Visanuwit thongon/Shutterstock

A população de elefantes selvagens de Myanmar está em perigo. Acredita-se que ela tenha sido reduzida em 50% dos cerca de mil a dois mil indivíduos que existiam na década passada.

De acordo com o governo da região, a caça aumentou em 10 vezes. Em grande parte, os caçadores são impulsionados por uma crescente demanda por marfim, couro e partes dos corpos dos animais.

Embora todos estejamos familiarizados com o comércio de marfim, há uma nova moda: o uso de peles para “tratamentos curativos”. Isso aumentou em Kyaiktiyo Pagoda, também conhecido como Golden Rock, um local de peregrinação budista localizado em Mon State.

A poucos passos de quiosques de lembranças reside o que se tornou um dos principais pontos do comércio global que lucra US$ 20 bilhões a cada ano.

No maior mercado negro do Sudeste Asiático, a pele de elefante é vendida pelo preço de US$ 3,65 por polegada quadrada – um custo extremamente baixo para a vida desses gigantes gentis.

De acordo com o Myanmar Times, um vendedor anônimo conversou com a AFP sobre os supostos benefícios do uso de peles secas de elefantes: “A pele do elefante pode curar doenças de pele como o eczema. Você queima pedaços de pele, colocando-os em um pote de barro. Em seguida, mistura as cinzas com óleo de coco para aplicar sobre o eczema”, disse ele.

Foto: AFP

Outro fornecedor alegou que o mesmo “tratamento ” acaba com as espinhas e remove manchas pretas. “Seu rosto ficará liso e branco depois de usá-la”, afirmou. Isso mostra que os mitos que cercam a medicina tradicional são tão fortes que levam ao desaparecimento de inúmeras espécies.

Enquanto o governo de Myanmar tenta acabar com o mercado negro em Kyaittiyo, os vendedores muitas vezes conseguem descobrir sobre as operações previamente e têm tempo para esconder as partes dos animais das autoridades.

“Estamos no meio de uma crise. Se estamos perdendo esse número, não deve demorar muitos anos até que os elefantes selvagens desapareçam”, declarou Antony Lynam, conselheiro regional da Wildlife Conservation Society.

Para ajudar a salvar os elefantes, o país anunciou recentemente novos esforços para reprimir a caça e o início de pesquisas inéditas sobre a melhor forma de resolver conflitos entre humanos e animais selvagens.

Além disso, o governo também está trabalhando para conscientizar os cidadãos, ensinando-os como podem contribuir com os esforços de preservação do habitat dos animais, segundo o One Green Planet.

De acordo com o Myanmar Times: “A ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) criou uma rede de vigilância da vida selvagem para impedir o tráfico e a descoberta de produtos feitos com animais ameaçados de extinção têm aumentado”.

Espera-se que estes esforços, juntamente com a recente proibição da China em relação ao comércio de marfim, tenham um impacto positivo sobre as populações de elefantes.

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