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Leoa com três pernas inspira luta para acabar com armadilhas

28 de janeiro de 2017
3 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Ferrison Kalembelmbe/Mukambi Lodge

Uma leoa luta para se levantar em suas três pernas. Infelizmente, sua aflição não é incomum: muitos leões da África Austral são gravemente feridos ou até mesmo mortos por armadilhas colocadas para capturar outros animais.

Encontrar armadilhas e testemunhar o sofrimento que infligem é a trágica realidade de trabalhar nas áreas protegidas da África Austral. Usadas por caçadores, as armadilhas de arame são normalmente destinadas a capturar herbívoros, mas prejudicam e matam qualquer espécie.

Grandes carnívoros, incluindo leões, leopardos, guepardos, cães selvagens e hienas, frequentemente ficam com os pescoços ou membros presos nestes dispositivos, que lhes provocam uma grande dor e sofrimento e, muitas vezes, uma morte lenta e excruciante por estrangulamentos, infecções ou fome.

Sobrevivendo a uma armadilha

Entretanto, esta leoa em particular é uma das que tiveram sorte em sobreviver. Embora ela tenha perdido o pé em uma armadilha, sua perna se curou. Recentemente, um guia de uma hospedagem presenciou uma cena incrível: dois leões, ao perceberem que ela teria dificuldades em se movimentar, arrastaram seu alimento até ela. No entanto, diversos outros grandes carnívoros não são tão afortunados.

Embora leões, leopardos e guepardos sejam incrivelmente capazes de sobreviver mesmo em situações adversas – secas, inundações, fome e doenças – nenhum deles é imune a estes dispositivos indiscriminados e mortais.

Foto: Save Valley Conservancy

No Parque Nacional de Kafue, o maior da África, a organização Panthera apóia o DNPW e seu parceiro Game Rangers International para resolver esta questão por meio de uma resposta rápida à caça e removendo as armadilhas do local.

Desde 2015, esta parceria encontrou 288 armadilhas e o próximo passo é criar zonas seguras de refúgio seguro onde os animais vagueiem livres e seguros, sem essa ameaça.

Mas as zonas livres de armadilhas não são suficientes. Esta leoa representa apenas a ponta do iceberg na crise da caça da carne de animais selvagens africanos. Muitos parques têm menos de um quarto presas dos carnívoros e uma proporção correspondentemente baixa de leões, chitas e cães selvagens.

No ecossistema do Grande Kafue, na Zâmbia, a pesquisa da Panthera mostra que, embora alguns caçadores usem armadilhas, muitos utilizam armas, matando e ferindo muitos animais a cada ano.

Foto: Andy Loveridge

As zonas seguras também devem estar livres de armas, que ameaçam os animais e os bravos escoteiros de patrulhamento anti-caça que arriscam suas vidas para proteger a vida selvagem.

Durante os próximos cinco anos Panthera irá buscar maneiras de apoiar a DNPW e seus parceiros para criar pelo menos cinco grandes (com até 600 quilômetros quadrados cada) zonas seguras no Parque Nacional Kafue, segundo o One Green Planet.

Para fortalecer a aplicação da lei nessas zonas, as comunidades locais atuarão como parceiros de conservação e de negócios e receberão meios de subsistência alternativos e um sentimento de orgulho e identidade em cada região.

É difícil assistir à leoa enfrentar as consequências das armadilhas, mas seu caso deve estimular a criação zonas seguras, onde os animais prosperem. Não haverá mais razão para se desculpar com animais como ela. Nossas desculpas serão substituídas pela alegria de ver filhotes brincarem e serem apenas leões, sem ter medo dos seres humanos, de suas armadilhas e armas.

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