EnglishEspañolPortuguês

Visita ao zoo

6 de janeiro de 2017
3 min. de leitura
A-
A+

Por Petter Granli / Tradução: Ana Zinger

Foto: Ana Zinger
Foto: Ana Zinger

No último sábado fui ao Zoológico do Rio. Não por que eu gosto de ir a zoológicos – mas porque precisava observar alguns elefantes. Juntamente com os colegas do Santuário de Elefantes Brasil e alguns outros com competência relevante, fui avaliar as condições sob as quais Koala e Carla estão sendo mantidas. O zoo do Rio fechou suas portas no início de 2016 e após fazer melhorias em suas instalações sob nova administração, reabriu há alguns dias. Sejam quais as melhorias feitas, o local ainda é bastante desgastado. Se eles dizem ter melhorado as condições para alguns dos animais maiores, eu odeio imaginar como era o zoo antes do RJ permitir que uma empresa privada o administrasse.

Apesar dos rostos sorridentes daqueles que trabalham lá, a nossa visita ao Rio Zoo foi deprimente. Os funcionários pelo menos podem ir para casa no final de seu turno diário. As condições do zoo para os animais são, em grande parte, patéticas e terríveis. A postura corporal dos grandes felinos, dos macacos, dos hipopótamos e de tantos outros demonstra um tédio desesperado, que não pode ser mal interpretado até mesmo por pessoas que raramente assistem a documentários televisivos de vida selvagem. Reconheço que acho muito difícil entender por que as pessoas querem visitar algo assim – animais sofredores.

O que vi de Koala e Carla é a prova clara de que o Rio Zoo não tem noção sobre as necessidades e interesses dos elefantes. A falta de espaço e a falta de qualquer coisa para fazer nesse espaço miserável são suficientes para fazer qualquer elefante enlouquecer. Para adicionar mais à miséria, Koala e Carla estão sendo mantidas em confinamento solitário. Koala parece aproveitar melhor o seu tempo nesta prisão que é cercada por pontas afiadas no chão para contê-la. O espírito de Carla, entretanto, está profundamente perturbado e distante. Koala mostra uma necessidade desesperada para se conectar com Carla -, mas com uma cerca de vários metros de altura entre os dois recintos pequenos de grama ao ar livre isto não é uma opção. Saber como os elefantes são sociais, e ver o que Rio Zoo oferece à estes pobres elefantes, é de rachar o coração.

Por que nós, seres humanos, oferecemos ou aceitamos isso? Por que enganamos nossos filhos, encorajando-os a observar com animação uma criatura em um estado tão solitário e patético? A indústria de zoológicos nunca foi capaz de provar que mostrar animais selvagens em gaiolas é educacional – e certamente não ensina a ninguém como se comportam naturalmente. Como aprender sobre a inteligência dos elefantes, as suas enormes redes sociais, a sua audição e senso de olfato surpreendentes, de como eles cuidam de seus pequenos e de uns aos outros, como eles encontram comida e alimentação durante todo o dia – em uma exposição onde a única atividade é ver seres humanos passando e ouvir o martelar dos sons de baixa frequência de grandes alto-falantes e atividades urbanas não muito longe? A placa da exposição dos elefantes diz que você está vendo elefantes asiáticos, isso é tudo. O Zoo não faz nem o esforço de educar – a placa só contém uma fotografia de dois elefantes selvagens juntos. O bom é que Koala e Carla não entendem a ironia disso,quando, não muito longe da placa, elas tentam se tocar desesperadamente através da grande muralha de toras de eucalipto.

Você vai ouvir mais sobre Koala e Carla, com certeza. O que nós desejamos é que você ouça que elas receberam o espaço, o companheirismo e a autonomia para prosperar. O que elas estão experienciando agora está longe de satisfazer qualquer necessidade básica de um elefante. O Rio de Janeiro não deve permitir que esse abuso continue – é uma vergonha para uma bela cidade e para um país com maiores ambições. Por favor compartilhe – ajude-nos a aumentar a pressão sobre aqueles no poder. E, por favor, nos apoie através da organização parceira que é a Global Sanctuary for Elephants!

Você viu?

Ir para o topo