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Veja como nossos hábitos contribuem com a extinção de vários animais

3 de dezembro de 2016
5 min. de leitura
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Tradução de Patricia Martins / Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Pixabay
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Em um relatório publicado recentemente, a ONG World Wildlife Fund (WWF) falou sobre a necessidade de um despertar antes que seja tarde demais. As populações de várias espécies animais de todo o mundo já declinaram em 58%, sendo que esta queda foi ainda mais drástica para espécies marinhas – a uma taxa assustadora de 81%. Se nós não partirmos para ação agora, populações de vida selvagem deverão ser reduzidas em dois terços dentro de menos de quatro anos.

Basta um momento para que a magnitude desses números afunde ainda mais e você deve estar se perguntando o que pode causar o declínio tão rápido. Você pode até mesmo esperar que a resposta seja algo complexo, mas ela é realmente muito simples: a ação dos humanos. É isso, as nossas ações estão destruindo o planeta e varrendo do mesmo as belas espécies que nele habitam. A agropecuária, a produção de óleo de palma e a poluição dos oceanos são alguns dos fatores que provocam a degradação e a perda dos habitats, colocando a vida selvagem, os ecossistemas e todo o nosso planeta em perigo.

Pecuária

ILRI/Wikimedia Commons
ILRI/Wikimedia Commons

A cada ano, 18 milhões de acres de florestas são perdidos devido à piora das condições do clima global, assim como ao desmatamento para a urbanização e para a agropecuária. Segundo a WWF, “A agropecuária ocupa atualmente um terço da área total da Terra e é responsável pelo consumo de 70% da água do globo”.

Essa imensa extensão de terras é desmatada para colheitas e para a criação de pastos para animais criados e explorados para consumo humano, tudo para atender à progressiva demanda por comida de uma população mundial que não para de crescer. Nos Estados Unidos, dedicam-se quatro milhões de acres de terra para a agricultura e 56 milhões de acres para a pecuária. E enquanto um acre de terra pode produzir 113 quilos de carne, o mesmo espaço pode produzir 24 mil quilos de batatas. Claramente, o uso da terra para a pecuária não é sustentável, especialmente se considerarmos as outras formas pelas quais essa prática impacta negativamente o meio ambiente.

Com o desmatamento, a vida selvagem é forçada a ir para habitats onde falta espaço, bem como há escassez de presas e aumento de competição, o que gera efeitos devastadores. A lista cada vez maior de espécies em perigo, ameaçadas e criticamente ameaçadas é alarmante, e isso será pior se os hábitos humanos não mudarem.

Produção de óleo de palma

Hayden/Wikimedia Commons
Hayden/Wikimedia Commons

O óleo de palma, que é derivado de uma fruta de uma palmeira africana, é encontrado em 50% dos produtos nos Estados Unidos, incluindo alimentos diversos e produtos de cuidados pessoais e de limpeza doméstica. Na alimentação, tornou-se um substituto popular para os demais óleos que são ricos em colesterol e gordura trans, porém essa popularidade está causando a devastação dos habitats e a perda de incontáveis vidas animais.

O óleo é produzido em florestas tropicais, onde a prática do desmatamento é usada para abrir espaço para plantações de palmeiras. Essas florestas são o lar de uma diversidade de espécies tão grandes que não conhecemos todas elas. Porém, quando essas florestas são destruídas para tais plantações, seus ecossistemas preciosos são prejudicados e os animais que deles fazem parte ficam sem ter para onde ir.

O orangotango, em particular, tem sido muito afetado pela produção de óleo de palma, com mais de 90% de seu habitat tendo sido destruído nos últimos 20 anos, resultando na perda de lar para milhares de indivíduos a cada ano, informou o One Green Planet.

Poluição de plásticos

MichaelisScientists/Wikimedia Commons
MichaelisScientists/Wikimedia Commons

A nossa obsessão por itens descartáveis contribui para que mais de 32 milhões de toneladas de plástico sejam geradas nos Estados Unidos anualmente – e somente uma insignificante fração disso tudo é reciclada. Como se isso não bastasse, grande parte desse lixo acaba indo parar nos oceanos. No Pacífico Norte, um enorme turbilhão de lixo que se estende da Costa Oeste até o Japão tem sido denominado “The Great Pacific Garbage Patch” (“A grande faixa de lixo do Pacífico” – tradução livre). Estima-se que 80% desses detritos tenham sido originados da terra, e os outros 20%, atirados de embarcações.

Sacolas e outros objetos plásticos são muitas vezes confundidos com alimento por diversos animais marinhos; quando ingeridos, eles podem obstruir o seu trato digestivo, levando a uma morte lenta e dolorosa. Há 700 espécies de animais marinhos em perigo por causa do lixo plástico nos oceanos.

 O que podemos fazer

Todos podem fazer diferença e ajudar a evitar destruições futuras, ao adotar pequenas e efetivas mudanças no modo de vida.  Deixar de consumir carne e produtos derivados de animais, bem como de óleo de palma, são mudanças que trazem grandes benefícios para a preservação do planeta. Outra atitude importante é o consumo consciente, evitando ao máximo o uso de itens supérfluos e sobretudo descartáveis. Adotar essas mudanças e divulgá-las ao máximo é a primeira forma de cumprir o seu papel para salvar a vida do planeta.

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