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Chutados e arremessados: investigação revela tortura de patos em matadouro

18 de outubro de 2016
4 min. de leitura
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Por Ana Luiza Yoneda / Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Reprodução/PETA
Reprodução/PETA

Um vídeo feito pela PETA no Culver Duck Farms — o segundo maior matadouro de patos dos EUA — revela que os animais foram chutados, jogados, arremessados contra paredes e mantidos em isolamento por semanas.

De acordo com o site do matadouro, o Culver fornece carne de pato para a Harris Teeter, The Fresh Market e outras redes de mercados pelo país e afirma: “Se você for para uma Chinatown nos Estados unidos e vir um pato na vitrine, existe uma boa chance de você estar olhando para um pato Culver.” A carne de pato vendida na Whole Foods também é originária do Culver, onde quantidades enormes de patas exploradas para reprodução são amontoadas em galpões escuros.

Filhotes são esmagados até a morte

Horas após nascerem, os funcionários do matadouro queimam a ponta dos bicos dos filhotes — um procedimento comum em granjas industriais — para evitar que eles deem bicadas e puxem suas penas. Os filhotes são jogados em chãos com grades e uma testemunha ocular observou que, em uma ocasião, em torno de 14 deles foram esmagados até a morte quando após se empilharem para se aquecer dentro de um galpão frio.

Alguns patos morreram horas depois do nascimento. Os funcionários matam também patos considerados muito pequenos, e por sua vez, inúteis para a empresa. Um funcionário lentamente arrancou a cabeça de um filhote, e um supervisor descreveu a situação como “normal.” Apesar de anunciar de forma enfática em seu site que as aves “NÃO SÃO CRIADAS EM GRANJAS!!!”, o lugar amontoa até quatro mil patos em galpões escuros, sendo que cada ave possui menos de um metro quadrado de espaço.

Um supervisor contou à testemunha ocular que o Culver estava fazendo experiências para ver se cada pato poderia ser criado em uma área de apenas 30 centímetros. Outros foram mantidos isolados em 45 centímetros de espaço em gaiolas por semanas antes de serem mortos.

Os animais frequentemente sofriam do que os funcionários chamam de queimaduras de amônia, que os deixavam com a pele em carne viva e sem penas. O supervisor admitiu à testemunha que o ar carregado de amônia poderia deixar alguns patos cegos e seus olhos selados com muco.

Eles não tinham oportunidade de nadar ou tomar banho, o que é vital para seu bem-estar. O chão gradeado abaixo de sua única fonte de água, que o observador nunca viu ser limpa, estava repleto de fezes. Patas “reprodutoras” foram encontradas mortas com suas cloacas e/ou intestinos obstruídos. Algumas aves estavam com as pernas e pés inchados e os funcionários alegaram terem sido causados por infecções.

Arremessados contra paredes, pescoços torcidos

Funcionários tentavam matar patos indesejados batendo suas cabeças contra superfícies duras, incluindo uma parede de tijolos e vigas de madeira. Os animais choravam entre os impactos, que os deixavam sangrando muito e pelo menos um deles perdeu um olho. Alguns ainda se contorciam e se debatiam quase uma hora depois.

Reprodução/PETA
Reprodução/PETA

Os trabalhadores e um supervisor também pegaram mais de 100 patos pela cabeça ou pescoço e os giravam na tentativa de matá-los. As aves ficaram se debatendo por pelo menos dois minutos e um pato quase foi decapitado. Um  dos diretores do Culver disse que “rodopiar” patos pelo pescoço desse jeito era sua forma preferida de matá-los.

Chutados, jogados e mandados para a morte

Entre os milhares de animais, muitos foram feridos, chutados ou jogados em trailers e arrastados por centenas de quilômetros para serem pendurados de cabeça para baixo e assassinados. Os patos também foram mandados para morrer em temperaturas muito baixas. Um dia, houve um alerta de tempestade de inverno e um funcionário disse que a viagem levaria em torno de 10 horas. Muitas aves possuíam ferimentos que sangravam, aparentemente por serem manuseadas de forma violenta.

Alguns patos foram mantidos em isolamento por semanas antes de serem mortos e um funcionário disse que eles foram usados em experimentos.

Além de fornecer carne de pato para grandes redes de mercados e restaurantes de Chinatown por todo o país, o Culver se vangloria de que suas penas de pato “estão sendo muito requisitadas” e um supervisor disse à testemunha que mais de 13 quilos de penas são enviadas para a China semanalmente.

Nota da Redação: Esta barbaridade só ocorre porque os seres humanos insistem em manter hábitos de consumo que promovem apenas morte e destruição. Este é apenas um local em que milhares de animais são torturados por todas as suas vidas e assassinados de formas tão cruéis e desprezíveis. Antes de considerar comprar carne e produtos feitos à base de exploração, por favor, pense nos animais e se lembre de seu sofrimento. Qualquer pessoa pode combater esta indústria e salvar inúmeras vidas ao optar pelo veganismo.

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