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História de lobos

25 de setembro de 2016
5 min. de leitura
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Crispim Zuim – Projeto O Lobo Alfa
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A mãe foi resgatada com o ventre recheado de lobinhos. Era a mais triste cadelinha que já se viu.

Não olhava as pessoas nos olhos e, ao mesmo tempo, não tinha coragem pra fugir, como se tivesse condicionada a aceitar as pancadas da vida.

Os filhotes nasceram amparados e protegidos e a mãe, aos poucos, começa a entender que afeto faz bem e é necessário pra qualquer cãozinho ter uma vida equilibrada e feliz.

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E, como se medo fosse característica genética, os pequenos seguem os passos da mãe. De longe eles me estudavam, como se quisessem manter uma distância de segurança.

Chamei pela mãe, que se aproximou com cautela. Aos primeiros afagos, sentiu que poderia confiar.

Encorajados pela mãe, as crianças, Billy, o malhadinho marrom e Laila, a malhadinha de preto, se aproximaram com cuidado.

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Não foi preciso muito tempo para que a Menina se rendesse à oferta de amizade que eu lhe fazia.

Um cafuné atrás das orelhas foi e “start” que faltava. As referências que ela tinha na vida não deviam ser boas. Em casos assim, não se pode exigir nada além da passividade.

Infelizmente, não vi um só abano no rabinho. Talvez, em uma próxima visita.

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Ela estava ali, aceitando minha amizade, mas parecia saber que eu era o portador das más notícias.

Olhava-me como se perguntasse: – Você vai levar as crianças?

Menina parece sentir que a separação está próxima. Os filhotes são bem bonitinhos e devem ser adotados rapidamente, mas a mãe, mesmo sendo pequena e muito bonita também, talvez passe o resto da vida em um canil.

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Ao fundo, um menino chamado Luck foi o único que não teve a coragem de se aproximar. Mantinha-se encolhido dentro da casinha, sem saber o que estávamos fazendo ali,

Como não aceito desfeita de lobos, fui ao encontro dele.

Os primeiros toques foram recebidos sem muita reação. Não era o que se podia esperar de lobinhos de apenas 2 meses, mas é o que a vida os ensinou.

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Eles nasceram amparados, dentro de uma clínica veterinária, mas o comportamento arredio lhes foi ensinado pela mãe.

Apenas alguns minutos de insistência foram suficientes pra ele começar a se soltar.

Meus dedos viraram mordedores e o pequenino Luck se mostrou um lobinho esperto e disposto a entender melhor as regras da vida.

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Os dois irmãos maiores também entraram na brincadeira, deixando o pequenino Luck mais confiante.

E logo eles já estavam à vontade com a presença estranha. Deixaram a segurança da casinha pra se entregarem às brincadeiras do lado de fora.

E nessas horas é possível conhecer cada um deles.

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Brincadeira de filhotes é sempre uma grande festa, daquelas que não queremos que acabe.

Descobrimos então que as disputas pela liderança da matilha estão longe do fim. Nem mesmo o tamanho miúdo do Luck o coloca em desvantagem.

O Billy não é fácil e abusa da força, mas o mirradinho Luck não fica pra trás.

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Ele se impõe, como um legítimo lobinho alfa disposto a ocupar o trono que foi de seu pai.

Mas as coisas estão longe de uma definição. Eles serão adotados e, talvez sigam caminhos diferentes.

Talvez não voltem a se encontrar, mas esperamos que cada um deles encontre um amigo na futura casa, e que sejam felizes.

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As lembranças das disputas pela posição de macho alfa ficarão no passado. A saudade que sentirão desse tempo ficará menor a cada dia, desde que os futuros donos entendam o tamanho da responsabilidade que assumem, ao receberem uma criaturinha assim.

A festa dos filhotes continuou por um bom tempo. Pareciam entender que precisavam nos dar um bom material pra contar a história da família.

E depois de tanto brincarem, o sono bateu com força. Billy foi o primeiro a me sinalizar.

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E se eu me dei o direito de não entender, o Luckynho me mandou uma mensagem um pouco mais clara.

Os três foram para a casinha e o recado estava dado: _Ei tio. Dá pra parar agora? Vamos dormir.

Confesso que me empolguei com as crianças e me esqueci da mãe.

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Menina estava deitada no portão, de longe, como se não quisesse atrapalhar minha interação com os filhotes.

Talvez ela soubesse o que eu estava fazendo ali. Estava triste, mas sabia também que os meninos precisavam ter uma vida diferente da dela.

Ao me afastar do berço, fui me dirigindo até a mãe, com passos lentos que eternizavam aquela despedida.

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E o último carinho foi nela, seguido de uma daquelas promessas que fazemos, sem saber se serão cumpridas.

– Sinto muito, amiga. Prometo tentar mostrar essa sua angústia. Quem sabe alguém entende essas imagens e se oferece pra adotar você junto com todos os filhotes?

Infelizmente, não deu. Os pequenos foram adotados e a Menina ficou sozinha, a mais triste de todos os tempos. Ela iniciou a preparação, foi castrada, iniciou as vacinas e está pronta pra começar uma nova história, longe das crianças, mas que esperamos seja um final feliz.

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Contato para adoção: Veterinária Alípio de Melo: (31) 3474.5044.
E-mail: [email protected]

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