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Por que o governo alemão está dizendo que o vegetarianismo estrito não é saudável?

6 de setembro de 2016
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Segundo o governo alemão, uma dieta ausente de produtos de origem animal pode ser um perigo para a sua saúde.

Com base em uma declaração de autoria da Sociedade de Nutrição Alemã, o governo alemão condenou a “dieta vegana” (vegetariana estrita), chamando-a de má fonte de nutrição para crianças pequenas, mulheres grávidas e mães que amamentam.

O relatório argumenta que uma “dieta puramente baseada em vegetais torna mais difícil dar ao corpo alguns dos nutrientes importantes de que necessita”, e que “o fornecimento adequado de outros nutrientes fica comprometido por uma dieta vegetariana estrita.” A Sociedade de Nutrição Alemã está particularmente preocupada com a falta de vitamina B12, cuja principal fonte são produtos de origem animal. Pesquisas confirmam que uma dieta vegana precisa complementar este micronutriente essencial, mas isso pode ser feito (facilmente), quer através da ingestão de vitaminas ou de alimentos enriquecidos.

Embora reconhecendo que os vegetarianos podem ter uma expectativa de vida mais longa, o relatório argumenta que “este é apenas resultado de um estilo de vida saudável em geral, que inclui mais exercícios, fumar menos, e consumir menos álcool”. A ironia aqui é que a cidade capital da Alemanha, Berlim, é também a capital não oficial do veganismo na Europa com mais de 10 por cento da população se identificando como vegan. A cidade ainda abriga um grande festival anual de comida livre de produtos de origem animal, chamado Veganes Sommerfest.

Por que o governo alemão de repente se posiciona contra a alimentação vegetariana estrita? A resposta pode estar ligada às recentes lutas das indústrias de carne e de leite da Alemanha. Em maio de 2016, funcionários da agricultura alemã se reuniram com produtores de leite para discutir como a queda dramática dos preços do leite pode exigir do governo a compra de produtos lácteos excedentes. Uma dieta vegetariana estrita, obviamente, entra em conflito direto com a indústria de laticínios, que conta com a venda de ambos os produtos, lácteos e carne bovina. A Alemanha é o segundo maior produtor de gado de corte e o maior produtor de carne de porco da União Europeia. A imagem desfavorável da carne e produtos de origem animal propagada pelo movimento vegan pode resultar na indústria perdendo apoio público crucial.

Como a popularidade do veganismo continua a ameaçar a pecuária e outras indústrias agrícolas, o movimento vegan terá de enfrentar uma crescente oposição por parte dos governos e empresas afetadas.

Fonte: Veggi & Tal

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