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Tigre explorado a vida toda como "mascote" é libertado em estado terminal de câncer

21 de julho de 2016
3 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Reprodução/Facebook, MkeVI
Reprodução/Facebook, MkeVI

A página do tigre Mike, chamado de Mike VI, no Facebook  está repleta de mensagens como estas: “Você é tão amado” e “Estamos torcendo por você.”

Nascido e explorado como uma “mascote”, o tigre de 11 anos passou a vida sendo exposto ao público da Universidade de Louisiana, informa o The Dodo.

E agora, ele finalmente irá se libertar da vida que lhe foi imposta. Infelizmente, sua liberdade só ocorrerá porque ele foi diagnosticado com um câncer inoperável e raro.

Apesar da assistência médica que ele tem recebido no Centro Mary Bird Perkins Cancer de Baton Rouge, Mike provavelmente irá falecer em um ano ou dois.

Mas, se alguém tivesse olhado um pouco mais de perto este animal majestoso quando ele estava supostamente em seu auge, teria percebido que sua vida deveria ser diferente muito tempo atrás.

Mike chegou à escola para servir como uma mascote em 2007 quando tinha apenas dois anos.

Reprodução/Facebook, MikeVI
Reprodução/Facebook, MikeVI

“É uma existência cruel. Provavelmente não há nada mais barulhento do que ouvir as pessoas torcendo em um jogo de futebol. É muito estressante para um animal, seja ele um gato doméstico ou um tigre”, afirmou Susan Bass do Resgate de Grandes Gatos, na Flórida.
Além do mais, este tigre não poderia sequer sonhar com a liberdade.

“Eles são criados para viver em jaulas. Eles nunca serão soltos. Não há vida selvagem para filhotes de tigre nos Estados Unidos”, diz Bass.

Mike não é o único animal vivo forçado a ser uma mascote de equipe. Há o carneiro Cam da Universidade Estadual do Colorado. E um javali russo chamado Tusk, mascote oficial do Arkansas Budweiser.

Na verdade, dezenas de animais vivos são mantidas em escolas do país com o único propósito de entreter o público.

Todos eles têm a mesma trajetória: são arrancados de suas mães ainda bebês em centros de reprodução, presos e levados para estádios barulhentos e iluminados.

Caso sobrevivam ao longo dos anos, frequentemente são despejados. Muitos acabam seus dias anonimamente nas instalações de reprodução onde nasceram.

Na verdade, o ideal é que animais usados como “mascotes” fossem acolhidos sob os cuidados de santuários como o Resgate de Grandes Gatos ou o Santuário de Gatos Selvagens em Minnesota.

Porém, os apelos desses santuários não têm gerado resultados positivos. Tammy Thies, fundadora do Santuário de Gatos Selvagens, tem feito lobby para liberar outro tigre, chamado Lilly, de um colégio em Ohio durante anos.
Lilly passou toda a sua existência entre criadouros e escolas.

“Ela simboliza todo o ciclo da vida selvagem em cativeiro”, disse Thies à reportagem em junho.

“Raramente, grandes felinos nascidos em cativeiro vivem onde nascem. Eles são negociados e repassados. Isso foi o que aconteceu com Lilly”, completou.

A instituição de ensino Massillon Washington High School, no entanto, manteve animais vivos durante os últimos 45 anos – e provavelmente irá continuar com essa tradição.

Ao longo do caminho, essas instituições ensinam o pior tipo de lição.

“Isso também envia a mensagem errada para os jovens – estes estudantes do colégio – de que correto seres humanos usarem animais como entretenimento”, afirmou Bass.

E, infelizmente, parece que esta exploração não irá acabar tão cedo.

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