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Artigo desconstrói a ideia de que veganismo é para pessoas privilegiadas

2 de julho de 2016
2 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Reprodução/Faunalytics
Reprodução/Faunalytics

O veganismo é uma escolha ética que redefine a nossa relação com os animais, incluindo uma alimentação sem produtos de origem animal. Conforme o veganismo cresce, há uma quantidade crescente de debates e críticas a respeito desse estilo de vida.

Uma das críticas que algumas pessoas fazem ao veganismo (e aos direitos animais, em geral) relaciona-se com a noção de “privilégio vegano”, diz o Faunalitycs.

As críticas principalmente discutem se o veganismo “requer afluência, se é um movimento que se assume como comporto majoritariamente por pessoas brancas, um privilégio do primeiro mundo, culturalmente insensível, e se incentiva a presunção e condescendência com os não-vegetarianos.”

Aqueles que procuram chamar a atenção para o conceito de privilégio vegano incluem os não-veganos, é claro, mas também muitos veganos e ativistas pelos direitos animais.

Um artigo intitulado “Questionando o conceito de privilégio vegano: um comentário” examina o chamado privilégio vegano a partir de uma perspectiva crítica e interseccional. “Enquanto é importante examinar essa questão, o conceito geral de privilégio vegano é limitante e vago e considera o veganismo como um movimento monolítico e carece de contextualização”, diz o artigo.

O autor observa que a diferença fundamental é de definição: “Privilégios são definidos como as vantagens invisíveis, não adquiridas, e muitas vezes indesejadas concedidas com base na associação a certos grupos sociais e em características como raça, classe e gênero, enquanto o veganismo é muito diferente”.

Segundo ele, em contraste, o veganismo é “é um movimento identitário que reflete as crenças compartilhadas, valores e política das pessoas.”

Usando a teoria interseccional, o autor argumenta que a crítica de dentro da comunidade vegana merece uma resposta diferente do que críticas externas.

O artigo aborda equívocos comuns que levam a noção de privilégio vegano. Primeiro, observa que ser vegano não é inerentemente caro e a dieta é geralmente acessível a pessoas de diferentes classes sociais.

“Veganismo não requer alto poder aquisitivo. Há veganos que estão desempregados, subempregados, ou de baixa renda, e seu carrinho de compras não será muito diferente do que o de um vegano com maior poder aquisitivo”, observa o autor.

O autor observa que, como comer carne é considerado normal, o veganismo é geralmente visto como algo “estranho”, pois é a indústria da carne que estabelece os padrões na indústria de alimentos, influencia leis e assim por diante.

No geral, o artigo conclui que “criticar privilégios é útil quando o objetivo é melhorar e clarificar a missão e os objetivos do movimento” e os veganos podem refletir sobre “maneiras de apresentar o veganismo a outras pessoas de uma forma compassiva e inclusiva” e também incluir lideranças diversificadas no movimento para que nenhum grupo seja negligenciado.

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