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Cabritos que seriam mortos a marteladas são resgatados por santuário

17 de dezembro de 2015
6 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Monroe Monitor
Foto: Monroe Monitor
Eles estavam programados para morrer, mas graças à colaboração entre o santuário animal Pasado’s Safe Haven e indivíduos dedicados a defender animais, 24 cabritos filhotes e recém nascidos terão agora uma nova chance de vida. As informações são do Monroe Monitor.Os filhotes foram resgatados de uma fazenda comercial de produção de leite de cabra, onde estavam prestes a serem espancados até a morte com um martelo. Matar animais do sexo masculino é lugar comum em fazendas de laticínio em qualquer lugar do mundo, disse Tami McMinn, gerente de comunicações da Pasado’s, e a prática não se restringe só a bodes, mas se estende a qualquer espécie explorada para produção de leite. Uma vez que os machos são incapazes de produzirem leite, eles não agregam nenhum valor monetário às operações das  fazendas, e são descartados de formas desumanas, explica ela.Bezerros machos são muitas vezes vendidos para a indústria de vitela, disse McMinn, enquanto cabritos são frequentemente mortos logo que nascem.

Cabras são mamíferos, o que significa que, para produzirem leite, precisam engravidar e ter um bebê. Assim como humanos, a gestação e o nascimento de um filho são a única maneira de se viabilizar a produção do leite.

“Eles impregnam a fêmea, e quando o filhote nasce, se for uma fêmea, ela é levada embora e colocada para produção”, conta McMinn. “Se for um macho, ele não tem absolutamente nenhuma serventia, e então ele é imediatamente morto”.

Animais nascidos em instalações comerciais de laticínios não são protegidos por leis anti crueldade animal da mesma forma que os cães e gatos, disse ela.

“Se o fazendeiro estiver por perto quando eles nascem, ele literalmente pega um martelo e bate nas cabeças dos recém nascidos”, relata McMinn. “Eles espancam os animais até a morte, todos os dias, o dia todo”.

Foto: Monroe Monitor
Foto: Monroe Monitor

Se tiver sorte, o cabrito irá passar um curto período de tempo com a sua mãe, quando terá a oportunidade de tomar o seu leite e consumir o “colostro”, que tem  anticorpos necessários para ajudar o filhote a se proteger de doenças. Não que isso faça diferença se o animal for um macho, pois ele será morto de qualquer forma. Veterinários da Pasado’s suspeitam que os filhotes resgatados conseguiram ingerir algum leite, o que faz com que a sua condição de prognóstico seja muito melhor do que se não o tivessem conseguido.

Esse resgate em particular é apenas a minúscula ponta de um iceberg esmagadoramente grande, disse McMinn, pois a fazenda de onde esses animais foram resgatados é considerada uma pequena operação, com aproximadamente 1.000 cabras. As cabras têm um período de gestação de cinco meses, o que significa que podem dar à luz duas vezes por ano.

Infelizmente, se aproximadamente 50 por cento dos bebês nascidos forem machos, o fazendeiro estará matando em média 1.000 cabritos por ano. Nas fazendas que não batem nos filhotes na cabeça até a morte, simplesmente se atira os animais em um monte de lixo onde eles morrem de fome ou de frio – congelados, conta McMinn.

Segundo a reportagem, a fazenda em questão é conhecida por empregar o método de matar com o martelo, e tem uma “pilha” com mais de 100 filhotes mortos.

“Nós fazemos coisas inacreditavelmente cruéis com os animais em nosso sistema de produção de alimentos, pois eles não são legalmente protegidos”, desabafa McMinn. “É absolutamente horrível o que fazemos”.

A logística do resgate, que aconteceu no dia 1 de Dezembro, esteve em planejamento durante várias semanas. O Pasado’s recebeu 16 recém nascidos que estavam com período entre cinco e sete dias de vida, e oito filhotes que tinham entre quatro e seis semanas.

Os cabritos recém-nascidos estão sendo alojados na Ruth’s Healing Barn, que é a clínica veterinária local do Pasado’s, onde serão mantidos em quarentena durante 30 a 35 dias enquanto se recuperam. Eles estão atualmente em tratamento de parasitoses, pulgas, infecções oculares e das vias respiratórias superiores.

Apesar de seus começos de vida incertos, os pequenos são extremamente amigáveis e sociais. O santuário está mantendo os recém-nascidos em cabines  isoladas no celeiro de cura, enquanto eles recebem cuidados veterinários e ganham força. Eles são alegremente curiosos quando abordados por seres humanos, e gostam de mordiscar os dedos e cabelos das pessoas, e também apreciam ser pegos no colo aconchegados. Os funcionários deram nomes a todos.

Foto: Monroe Monitor
Foto: Monroe Monitor

“Eles são simplesmente incríveis“, disse McMinn. “Eles são super amigáveis  e  estão aprendendo tudo sobre as pessoas neste momento.

Depois de estarem com a saúde restaurada, o santuário irá trabalhar para adaptá-los ao ar livre, um processo que deve ser feito gradualmente, ou eles podem congelar até a morte. Os oito bodes mais crescidos  fizeram a transição para vida ao ar livre, e estão sendo mantidos em um curral semi aberto com várias lâmpadas de aquecimento para o seu conforto.

E quando estiverem clinicamente liberados, eles estarão disponíveis para adoção. O adotante ideal teria um quintal grande e cercado, com um abrigo ao ar livre. Os adotantes potenciais devem pesquisar plantas tóxicas para cabras, tais como Erva de São João e trevo, para se certificarem de que não as têm em suas propriedades.

McMinn disse que a equipe do Pasado’s está animada ao assistir os animais crescendo e sendo adotados em bons lares. Resgates como este são importantes para espalhar a consciência, ela disse, e estes 24 filhotes se tornarão embaixadores de todos os outros que não puderam ser salvos.

“Os bebês são realmente capazes de contar a história da indústria”, disse McMinn. “Por que alguém iria querer machucar um destes seres?”.

Para mais informações sobre o Pasado’s Safe Haven, visite o site

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