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Distrito na China manda tutores se desfazerem de seus cães e ameaça animais de morte‏

16 de setembro de 2015
3 min. de leitura
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(da Redação)

Cão olha para fora de sua gaiola durante festival de Yulin, onde se serve carne de cães. Foto: Johannes Eisele/AFP/Getty Images
Cão olha para fora de sua gaiola durante festival de Yulin, onde se serve carne de cães. Foto: Johannes Eisele/AFP/Getty Images

O governo de um distrito da China está impondo aos tutores uma escolha impossível: ou eles “se livram” de seus animais domésticos, ou funcionários serão enviados até as casas para matá-los no local. As informações são da CBS News.

Mesmo em um país no qual a tutela de cães é fortemente regulamentada, a ordem emitida na semana passada pelo novo distrito de Dayang no leste da cidade de Jinan foi algo extremo.

“A nenhuma pessoa é permitido manter um cão de qualquer tipo”, diz o anúncio colocado em muros pela comunidade cujos quarteirões são ocupados sobretudo por altos prédios de apartamentos. “Lide com isso por sua conta, ou então o comitê irá organizar pessoas para que entrem em sua casa e matem o cão ali mesmo”.

Governos regionais costumam matar animais em situação de rua, mas a ordem de Dayang também diz respeito a cães que são registrados e vacinados.

Matanças geralmente acontecem após surtos de raiva, uma doença que mata cerca de 2.000 cidadãos chineses todos os anos, mas esta ordem cita como razões somente “a manutenção da higiene ambiental” e “a vida normal das pessoas”.

Pessoas que atenderam a ligações na última sexta-feira no escritório do governo do distrito disseram que não havia ninguém disponível para discutir o assunto.

No entanto, um funcionário não identificado da prefeitura da vila de Dayang que foi entrevistado por uma rede de televisão local insistiu que a ordem de matar os animais é desejo de mais de 1000 moradores do distrito.

“Os cães estão sempre sujando a vila e incomodando as pessoas. Muita gente estava reclamando, e então escrevemos uma nota pública para evitar conflitos”, disse o homem.

A determinação ressalta a contínua fraqueza do sistema legal da China, particularmente quando se trata de poderes da polícia e proteção da propriedade privada. O fato também denuncia a falta de regras para a tutela responsável de animais na cidade, tais como o uso de guias e a limpeza das vias públicas.

Segundo a reportagem, apesar da China ter leis que protegem espécies ameaçadas, o país ainda tem que aprovar uma legislação para crimes de crueldade contra animais.

Ainda conforme a reportagem, os cidadãos chineses encontram-se frequentemente divididos entre aqueles que amam os animais e os que veem os cães como ameaça às pessoas.

A manutenção de cães como animais de companhia foi efetivamente proibida durante as primeiras décadas da República Popular da China, e foi denunciada por líderes comunistas como “uma afetação burguesa” e “desperdício de recursos escassos”.

Nos últimos vinte anos, no entanto, a tutela de cães cresceu exponencialmente, embora mediante restrições contínuas para cães de grande porte em áreas urbanas. Um movimento nascente de luta pelos direitos animais também surgiu, com defensores dos cães muitas vezes bloqueando caminhões que transportavam cães para mercados para serem servidos a uma relativamente pequena porcentagem de pessoas que consomem a sua carne.

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