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Atleta vegana é ouro e prata no Campeonato Brasileiro de Kung Fu e 4 vezes ouro em Hong Kong

2 de setembro de 2015
5 min. de leitura
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Por Alex Avancini (Da Redação)

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São crescentes os resultados de atletas veganos no esporte, especialmente no Brasil. No momento atual, a ANDA tem o prazer de publicar estas histórias que, mais do que parabenizar a superação dos atletas, expõem a vasta gama de possibilidades que uma alimentação livre de sofrimento e produtos de origem animal pode proporcionar.
A mais nova campeã adepta do estilo de vida vegano no Brasil é Geíza Santos, praticante de kung fu e domiciliada no Pará que, no último dia 16 de agosto, no ginásio Mané Garrincha, em São Paulo, conquistou ouro na modalidade Mãos Livres – estilo do Norte – e prata em Armas curtas, outra modalidade dentro do esporte no campeonato brasileiro de kung-fu.
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Geíza é praticante do esporte há 10 anos e teve seu envolvimento com os direitos animais por intermédio da convivência com os gatos de que a mãe cuidava. Com o passar do tempo, passou a ajudar animais abandonados em situação de risco. Hoje é tutora de 20 gatos e 2 cães, todos resgatados vítimas de maus-tratos ou abandono. A atual campeã brasileira de kung fu é mais uma entre os que não suportaram a verdade sobre a situação dos animais escancarada pelo documentário Terráqueos (Earthlings) e, após ter contato com as imagens, tomou sua decisão em relação aos animais . “Depois daquilo não teria como não ser, pelo menos ao meu ver é impossível, meu travesseiro jamais me deixaria dormir”, comenta a atleta em entrevista cedida à ANDA depois das medalhas conquistadas no Brasil e na China.
O kung fu é um esporte baseado em repetições. A categoria Mãos Livres, na qual foi ouro em uma das competições, consiste em uma apresentação de formas com mãos vazias, ou seja, sem armas. Devem ser apresentadas sequências de socos, chutes, saltos e quedas quando aplicáveis. Basicamente é uma demonstração de luta, por conta disso os movimentos devem ter o máximo de aplicabilidade possível quando pensados para uma luta.
“Existem alguns padrões a serem seguidos, como base baixa, olhar na direção do soco, a posição dos pés, das mãos, das pernas, da cabeça. Tudo conta ou tira pontos. Se assemelha bastante a uma ginástica de solo e o mesmo vale para as categorias com armas. Neste caso, conta também o domínio sobre a arma, como se ela fosse uma extensão do corpo do atleta, devendo saber manuseá-la com destreza, não a encostando chão, nem no corpo, nem deformá-la ou quebrá-la. Um esporte complexo e emocionante”, comenta a campeã, que acrescenta: “A execução da forma (taolu) é sempre a apoteose de todo trabalho duro que enfrentamos durante os treinos. E a hora da apresentação é o momento em que devemos usar toda a nossa concentração e foco para controlar o emocional e executar aquilo que tanto treinamos da melhor forma possível. É aquela velha história, corpo e mente devem ser um só, e é nesse ponto que o veganismo atua como excelente cofator, pois nos permite ficar livres das toxinas advindas do sofrimento dos animais tidos como “produtos”.
Essa vitória significa muito para o crescimento dos veganos, principalmente das veganas, pois, além de dar provas consistentes de que não há prejuízo metabólico algum na dieta sem produtos de origem animal praticada pelos adeptos, a conquista também serve como um grande incentivo para o aparecimento de mais mulheres veganas no esporte.
“Foi de extrema valia tanto para veganismo quanto para o desenvolvimento da arte no estado do Pará, que acaba ganhando destaque em um esporte de grande potencial e que está em crescimento no país. Essa conquista prova que temos capacidade e nível técnico para representar o Brasil em um campeonato internacional seja ele qual for. Para tanto é de fundamental importância que continue havendo apoio e investimento nos atletas para que possamos cada vez mais expandir nossa arte e filosofia”, acrescenta Geíza, que, ao vencer a prova, foi escolhida para representar o Brasil no 10th Hong Kong Internation Wushu Championship 2015, campeonato internacional de kung fu que aconteceu em Hong Hong, na China, entre os dias 24 e 26 de agosto.
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O convite foi feito pela a Liga Nacional de Kung Fu juntamente com as demais ligas estaduais filiadas. Com o apoio de um patrocinador, a empresa de suplementos alimentares veganos VeganWay e da SEEL – Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, Geíza e seu treinador, Pablo Silva, viajaram para o outro lado do mundo em busca de mais medalhas.
A viagem à China rendeu mais 4 ouros ao Brasil, à atleta e ao veganismo. Geíza foi a primeira colocada em 4 modalidades:
Nan Quan Compulsório: Punhos do Sul
Chang Quan Compulsório: Punhos do Norte
Daoshu compulsório: Facão
Nandao compulsório: Facão do Sul
“Por experiência própria afirmo que uma alimentação vegetariana estrita aliada à prática do veganismo é fatos que propicia a melhora do desempenho esportivo do praticante de artes marciais, uma vez que promove uma desintoxicação do organismo o que permite maior equilíbrio e fluidez da própria energia. Isso é um dos requisitos fundamentais, pois sem ele a técnica estará sempre incompleta”, finaliza a vencedora feliz com todas as premiações.
A atleta agradece especialmente ao patrocinador Vegan Way, à SEEL e ao treinador Pablo Silva pelo suporte e o essencial apoio dado durante o percurso de todas as medalhas conquistadas.
Em nome de toda a equipe ANDA de jornalismo, nossos parabéns e os votos de muitas outras conquistas e vitórias no esporte, no veganismo e na vida.

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