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Animais com deficiência sofrem na hora da adoção

25 de agosto de 2015
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'Queremos adotar outro cego. Mostrar que os especiais se adaptam às especialidades deles e vivem muito bem.'                                   Beatrís Sinara Ehlert Tenente reformada da Polícia Militar
‘Queremos adotar outro cego. Mostrar que os especiais se adaptam às especialidades deles e vivem muito bem.‘ Beatrís Sinara Ehlert Tenente reformada da Polícia Militar

Os animais com algum tipo de deficiência estão, cada vez mais, enfrentando dificuldades na hora da adoção. Conforme a presidente da Associação Amigo Bicho de Venâncio Aires, Nais Andrade, eles são esquecidos e deixados de lado.
‘As pessoas não costumam optar por aquele cão que está com algum problema’, afirma. Atualmente, a entidade está com três cães com deficiência para adoção desde 2013. De acordo com ela, eles até são levados nas feiras, mas as pessoas apenas perguntam o que aconteceu e não adotam. ‘As pessoas ainda tem um conceito muito diferente de cão, pensam que ele serve apenas para guarda, quando é deficiente não serve pra isso’, lamenta. Outro apontamento feito pela presidente é a vergonha das pessoas em adotar um animalzinho com essas características.
‘Oskar sempre foi um guerreiro’
Em janeiro de 2012, Beatrís Sinara Ehlert, tenente reformada da Polícia Militar, que na época morava em Novo Hamburgo, se deslocou de metrô até Porto Alegre para adotar Oskar. ‘Eu vi um pedido de uma protetora na internet, ela não tinha como cuidar de um gato cego porque já tinha um e ele estava preso em um quarto. Ela queria dar uma vida digna pra ele, que ficou cego após ser abandonado e ter infecção nos olhos.’
O nome, segundo Beatrís, foi dado em homenagem a um outro gatinho cego, um gato americano: ‘Oskar, the blind cat’.
Beatrís ainda salienta que a cegueira não o impedia de fazer as mesmas atividades como um animal normal. ‘As pessoas não acreditavam que ele era cego porque estava acostumado com nossa casa, corria por tudo, subia em árvores, tudo como qualquer outro gato. Ele só batia em algum móvel quando a gente mudava algo de lugar. Ele nunca foi um coitadinho. Sempre foi um guerreiro.’
Beatrís relembra que ele sempre foi muito carinhoso. ‘Tanto que quando eu voltei pra Venâncio, ele conquistou minha mãe e minha irmã. Ele nunca queria entrar pra dentro de casa, sempre queria brincar mais na rua. Ele tinha muita alegria de viver. Ele foi um grande exemplo.’
Depois de três meses, em fevereiro deste ano, Oskar não resistiu e morreu, após desencadear a felv – leucemia felina.
Beatrís procurou ajuda veterinária. Oskar até chegou a fazer tratamento de quimioterapia oral, mas devido a fraqueza não resistiu.
Fonte: Folha do Mate

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