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Chip que simula o funcionamento de órgãos humanos é considerado “design do ano”

2 de julho de 2015
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Por Augusta Scheer (da Redação)

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Todos os anos, o Museu de Design de Londres seleciona um projeto que recebe o título de “melhor design do ano”. O vencedor desse ano, um pequenino equipamento médico desenvolvido por um time de bioengenheiros, tem o potencial de revolucionar a maneira como são testados novos medicamentos e outros produtos. As informações são do site Wired.
Trata-se do Organs-On-Chips, um pequeno chip transparente de plástico que, por sua estética impecável, foi adicionado à coleção permanente do Museu de Arte Moderna em Nova York. A diminuta estrutura possui micro tubos cravados em sua superfície, revestidos de células humanas, pelos quais se pode injetar ar, nutrientes, sangue e agentes causadores de doenças. O processo de fabricação é semelhante ao empregado para produzir chips de computadores, mas o Organ-On-Chips serve para observar os efeitos de agentes químicos em células humanas. Essa nova tecnologia, denominada microfluídica, permite que os dispositivos simulem a estrutura e funcionamento de órgãos completos, tornando-os uma excelente plataforma de testes para produtos farmacêuticos. O objetivo do projeto é reduzir a necessidade de testes em animais, além de cortar os custos para o desenvolvimento de medicamentos.
A escala mínima do produto requer precisão. O chip efetivamente substitui as estruturas tridimensionais de um órgão (os túbulos de um rim, os alvéolos de um pulmão, as veias de um fígado) por meio de seus canais microfluídicos revestidos de tecidos humanos. Também é capaz de emular a mecânica dessas estruturas, por exemplo, os padrões de respiração dos seres humanos. Isso permite que os cientistas observem o que acontece dentro dos órgãos numa escala microscópica, e os protótipos também podem ser interconectados para formar uma rede de órgãos semelhante a um corpo inteiro.
Os primeiros estudos sobre o chip foram publicados por uma equipe de engenheiros de Harvard em 2010, quando o projeto ainda era puramente teórico. Cinco anos depois, o produto está sendo introduzido no mercado pela empresa Emulate (fundada pelo mesmo time de bioengenheiros) e já atraiu a atenção de companhias como a Johnson & Johnson.
Paola Antonelli, curadora que adicionou a peça à coleção do Museu de Arte Moderna em Nova York, afirmou recentemente que a biologia sintética é a fronteira mais fascinante para o design, e descreveu o chip como o suprassumo da inovação.
O Organs-On-Chips adota um dos princípios básicos do design: a eficiência. Um número crescente de cientistas percebe as contribuições valiosas que o design pode fornecer à ciência.

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