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Brigitte Bardot, animais e o ataque contra o feminino

20 de julho de 2015
2 min. de leitura
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Uma propaganda ultrajante fez uma comparação entre Brigitte Bardot e Sophia Loren. O anúncio de uma clínica de rejuvenescimento pretendia comparar o envelhecimento cronológico das duas mulheres. O cinismo causou-me náuseas, pois além de ofensivo é uma propaganda enganosa sob dois aspectos.
O primeiro é o fato de que a clínica apenas oferece paliativos e não cirurgia, e nas fotos insinua-se que entre as duas mulheres há a diferença no envelhecimento natural sem ‘cuidados’, quando a realidade é que uma delas realizou plásticas e a outra não. O segundo, e é o que me interessa aqui, é a desinformação dos autores de tal publicidade e das pessoas em geral, sobretudo mulheres, as maiores interessadas.
Brigitte Bardot é uma atriz famosa por sua beleza, conhecida também por investir toda sua vida nos animais. Em uma de suas frases, ela afirma nunca ter feito plásticas pois preferia que esse dinheiro fosse usado para eles. E, para tal, hoje ela comanda um instituto com seu nome.
A empresa daqui que se utilizou de sua imagem compara uma BB sem plástica com uma SL que realizou leves alterações plásticas. E faz supor aos ingênuos que tudo isso são ‘cuidados’ que uma das mulheres dedicou à aparência, que a outra, uma descuidada, relaxada, desdenhou – mas não declara que tipo de cuidados. Uma insinuação que fere as duas mulheres e deixa uma sensação incômoda a todas as demais. Não basta usar as imagens delas sem sua autorização, supõe-se, mas ainda precisavam denegri-las.
Essa falta de respeito para com uma mulher importante para a causa animal é também o reflexo sutil do desconhecimento de muitas mulheres sobre os feitos de suas companheiras. E quando uma mulher faz algo na causa, muitas são as mãos machistas que se levantam para criticar.
Quando uma deputada faz uma lei, quantas mulheres levantam defeitos só porque ‘não vão com a cara’ dela ? Quando uma mulher da causa se destaca, quantas mulheres lhe dão apoio? Quantas mulheres veganas estão no poder? Onde lhes damos as mãos?
E onde estão as ‘feministas’? Pois quando publicamos um pio sobre qualquer coisa, elas já vem nos tachar de machistas, sexistas – mas lá na rua, desconhecem esse tipo de campanha? Observei atentamente o comportamento das mulheres este ano em momentos distintos quando expoentes femininas na política se manifestaram publicamente em favor dos direitos animais, e a reação de outras mulheres sempre com teorias A ou B, palavras acusatórias, imposições.
Tudo precisa ser perfeito, quando se trata de uma mulher. Quando a mesma lei ou feito é realizado por um homem, o alvoroço é menor. O ódio e indiferença destilado à outra é contra si mesma.

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