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Permissão para expandir criação de cães para testes revolta ativistas

24 de julho de 2015
3 min. de leitura
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por Augusta Scheer (da Redação)

Foto: Reuters

As autoridades locais da região de East Yorkshire, Reino Unido, protagonizaram uma decisão lamentável. Dona de grandes fazendas de criação de cães da raça beagle, a empresa B&K Universal recebeu autorização do poder público para expandir suas instalações, que passarão a aprisionar um número ainda maior de cães. A empresa fornece cachorros para laboratórios que conduzem testes em animais, segundo informações do site IBTimes.
No passado, B&K Universal já tinha requerido autorização para aumentar suas instalações, mas o governo havia negado o pedido, argumentando que a expansão surtiria efeitos negativos sobre o trânsito da região (o que já denota flagrante desrespeito aos direitos animais).
Apesar da indignação de ativistas e pessoas solidárias, a empresa infelizmente foi autorizada a aumentar suas criações. No ano passado, uma petição online reuniu mais de 100 mil assinaturas para impedir a ampliação.
Em pronunciamento, B&K Universal comemorou a trágica decisão, que considerou “sensata,” e parabenizou o secretário municipal Greg Clark (quem concedeu a permissão) “por não se deixar distrair pelos argumentos enganosos dos grupos de direitos animais.”
A lastimável decisão de Clark suscitou críticas também de algumas celebridades. O guitarrista do Queen, Brian May, e o ator Peter Egan se posicionaram em favor dos animais.
“Estou enojado de saber que essa fazenda continuará existindo (…) e condenando esses animais a milhares de testes antiéticos e desnecessários. É uma mensagem horrível que a Grã-Bretanha está passando para o mundo,” comentou Brian May.
“É uma tragédia, levarão ninhadas e ninhadas de beagles para o laboratório, onde serão torturados e mortos em testes cruéis que são de pouca ou nenhuma utilidade para as pessoas,” acrescentou Peter Egan.
A Sociedade Nacional Anti-Vivissecção (Navs) se manifestou, dizendo que a criação de beagles é “uma traição aos animais, ao público e à ciência,” acrescentando que “o número de experimentos em cachorros diminuiu substancialmente nos últimos dez anos, mas essa decisão retrógrada pode reverter a tendência positiva. Ao invés de submeter milhares de cachorros a uma vida de sofrimento em laboratório, o governo deveria estar promovendo alternativas melhores e mais modernas, que salvem vidas animais e humanas.”
A doutora Julia Baines, cientista consultora da ONG PETA, também se pronunciou: “É revoltante. Descartando as opiniões do público e de autoridades, condenando milhares de cães a serem enjaulados, feridos e mortos em experimentos, o governo aceitou a proposta de construção de mais uma fazenda de criação de beagles. A mesma proposta havia sido originalmente rejeitada pelo Conselho de Yorkshire.
“O secretário Greg Clark mostrou total falta de compaixão, bom senso e inteligência. Criar cachorros para testes endossa um comércio vergonhoso, prática que pertence ao passado, quando ainda não sabíamos das outras alternativas. Nenhum cão merece nascer numa fazenda industrial, numa prisão estéril e sem janelas, com pisos de concreto e paredes frias, separado da noção de ‘lar’, para então ser entregue a um laboratório, como uma peça de equipamento, para ser envenenado com pesticidas, drogado ou mutilado em experimentos cruéis.”

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