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"O Sangue corre contigo": conheça campanha que revela a cara menos conhecida de San Fermín

22 de julho de 2015
4 min. de leitura
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Por ANIMAL (em colaboração para a ANDA)

Foto: Divulgação / Tras los Muros
Foto: Divulgação / Tras los Muros

A Plataforma “La Tortura No Es Cultura” e a “Rede Internacional Anti-tauromaquia” lançam uma campanha que mostra imagens inéditas do que
acontece com os touros após os famosos “encierros” (largadas) em San Fermín, Espanha.
A Campanha faz-se acompanhar de um relatório científico realizado pela AVTMA (Asociación de Veterinários Abolicionistas de la Tauromaquia y el
Maltrato Animal) sobre o processo e consequente sofrimento por que passam estes animais desde que deixam a ganadaria até que serem levados no
caminhão-frigorífico que os leva para a morte.
As largadas (encierros) de San Fermín são seguramente os festejos tauromáquicos mais populares do mundo. Todos os anos, turistas de todo o
mundo vão à Pamplona para ver ou mesmo para participar nos ditos encierros. A popularidade deste evento é tal, que até se tentou reproduzi-lo nos
Estados Unidos, onde, acabou por ser proibido por questões de segurança.
Não se sabe se em Espanha se dá menos importância à integridade física das/os participantes, mas o que se sabe é que a maioria das/os assistentes
destas festas de Pamplona, especialmente os Americanos, Franceses, Alemães, Holandeses, Australianos, Italianos, Russos, Asiáticos e Portugueses,
desconhecem a sorte que espera aqueles bovinos depois da largada.
Com a finalidade de revelar esta incógnita, levou-se a cabo um rigoroso trabalho documental durante as Festas de San Fermín – que terminaram na última semana -, e que culminou numa campanha: “Em San Fermín, o Sangue Corre Contigo”, da plataforma “La Tortura No Es Cultura” e da “Red Internacional Antitauromaquia“.
Para Rita Silva, uma das Coordenadoras da Rede Internacional Anti-Tauromaquia e presidente da ONG portuguesa ANIMAL: “Com este estudo e
estas imagens já não há desculpa para continuar na ignorância. Quem não sabia da realidade das largadas, fica agora a saber. Informação é poder, e,
uma pessoa informada, pode realmente influenciar quem a rodeia e fazer a diferença. Se o não fizer será parte do problema e não da solução”, afirma.
Nesta campanha, as organizações de proteção animal exortam as pessoas a não participarem neste tipo de festejos e pedem um #SanFermínSinCrueldad.
“Queremos informar as pessoas sobre o que acontece com os animais depois da largada”, afirma Marta Esteban, presidente da plataforma “La Tortura No Es Cultura”. “Muita gente não sabe que participando nestas festas está a ser cúmplice da tortura e morte atroz de 48 animais. Pedimos-lhes para que partilhem e rejeitem a violência contra os animais como entretenimento. Este é um passo importante para que se erradique a violência também noutros âmbitos”.
A fotografia, vídeo e design têm realização de Tras Los Muro e fazem-se acompanhar de um estudo científico elaborado pela Asociación de Veterinarios Abolicionistas de Tauromaquia y el Maltrato Animal (AVATMA), que revela o terrível sofrimento do touro desde que sai da
ganadaria até que chega à sala de desmanche.
A crueza das imagens é constatada cientificamente pelo relatório científico da AVATMA, que detalha escrupulosamente os efeitos da largada e da lida do animal e põe em causa toda a “teoria” acerca da suposta agressividade do animal.
“Como demostramos no estudo, o sofrimento do touro começa no momento em que é afastado dos seus e fechado durante horas a altíssimas temperaturas numa “Caixa” às escuras, na qual não se pode mover. Há estudos que demonstram que durante o trajeto os animais podem chegar a perder até 30kg…”, afirma Jose Enrique Zaldívar, presidente da AVATMA e autor do estudo. “Durante o percurso da largada, e devido à situação em que se encontram, e que lhes é completamente estranha, é evidente o intenso stress de que padecem os touros: o ruído, centenas de pessoas ao seu redor, o pavimento escorregadio.
Além de tudo isto, as largadas pressupõem um sobre-esforço para os touros, e um fator estressante prévio à lide, onde chegam já muito debilitados. De
acordo com outros estudos realizados, as largadas causam danos musculares e hepáticos a estes animais.”
No que diz respeito à lide, o relatório desta Associação desmonta cientificamente a “teoria” de que a produção de endorfinas minimiza o
sofrimento do touro, e descreve detalhadamente a quantidade de lesões internas e externas causadas ao animal, bem como a sua morte lenta e
agonizante.
“Em conclusão, enquanto veterinários afirmamos que a lide de touros, como ou sem largada prévia, é um exercício de maus-tratos e violência animal que debe ser abolido, e que qualquer teoria que pretenda fazer crer que o padecimento dos touros durante a lide não é tão intenso quanto se pensa,
deverá ser refutada pelos organismos que regem a atividade veterinária, tanto a nível acadêmico como profissional”, defende Jose Enrique Zaldívar.

*Esta notícia foi escrita, originalmente, em português europeu e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores.

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