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Sul de SC não possui local específico para enterrar animais domésticos mortos

25 de junho de 2015
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Moradores do sul de Santa Catarina não contam com um local específico para enterrar os animais que morrem ao longo do tempo. Quando o tutor do animal mora em apartamento, por exemplo, além de se preocupar com a dor da perda pelo companheiro, precisa achar uma resposta para a dúvida que aparece para muitos catarinenses: o que fazer com o animal?
De acordo com a veterinária Adriane Tamiozzo, quando o animal morre ou é executado, as clínicas, geralmente devolvem o cão ou gato para os tutores. “Se eles precisarem de um tempo para tomar a decisão, a gente congela o bicho”, explica.
Incineração é opção
A veterinária conta que a aplicação da morte induzida, quando não há mais solução para o animal, é comum na região. Segundo ela, quando isso acontece, a clínica também oferece a opção de encaminhar o animal para uma empresa que recolhe resíduos químicos, onde o cadáver é incinerado.
Foi o caso da estudante Bruna Guelere. Após o cachorro da família ser atropelado, ela teve que tomar uma decisão nada fácil: tirar a vida do amigo canino. Bob, como era chamado, teve o osso da bacia fraturado e a uretra rompida, impedindo que ele conseguisse urinar.
“Tiveram que fazer uma cirurgia para descobrir o que aconteceu, colocaram uma sonda na bexiga dele que ligava direto ao abdômen. Só que os pontos não cicatrizaram e a urina ficava em contato com o abdômen. Foi quando a bexiga dele começou a necrosar e percebemos que não tinha mais jeito, tivemos que optar pela eutanásia, para evitar que ele sofresse mais”, relembra Bruna, que se considera apaixonada por cachorros.
A estudante mora em apartamento e não tinha onde enterrar o animal. De acordo com ela, a clínica veterinária ofereceu a opção de mandar o bicho para uma empresa terceirizada e queimar o cachorro.
Pelo bem da saúde
De acordo com a engenheira ambiental da Fundação Ambiental do Município de Araranguá (Fama), Karine Ferreira, este é o procedimento mais correto para o meio-ambiente. “O ideal seria que todas as pessoas encaminhassem para uma empresa que recolhe resíduos, para que eles dessem um fim”, ressalta.
Ela enaltece que se o animal tiver morrido por alguma doença, as bactérias podem infectar o solo e o lençol freático.
Em Araranguá, as três clínicas veterinárias ouvidas encaminham o cadáver para a Colix, empresa que recolhe resíduos químicos, industriais e lixos eletrônicos. Conforme o auxiliar administrativo do estabelecimento, Guilherme Osório, após a coleta, o animal é encaminhado para uma outra empresa, que, segundo ele, é responsável pelo processo de incineração. “É raro, não é sempre que nos encaminham animais”, fala.
Segundo informações, o procedimento realizado no local é o autoclave, que consiste em manter o material contaminado em contato com vapor de água em temperatura elevada, por um período de tempo suficiente para matar todos os micro-organismos.
Os animais chegam junto com outros resíduos. Após o procedimento, o material é depositado em um aterro industrial licenciado pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma).
Crematório mais próximo fica em Balneário Camboriú
O radialista Dante Bragatto Neto vivenciou uma história parecida. Mas no caso em que protagonizou, preferiu cremar a cadelinha recém-falecida. No entanto, após pesquisar, soube que o crematório mais próximo no Estado fica em Balneário Camboriú.
“Algumas clínicas em Criciúma cobram uma taxa ao oferecer “cremação” dos animais, o que é mentira, porque aqui não existe crematório de bichos. Neste caso, a pergunta é: qual o destino desses seres?”, questiona.
Segundo ele, ao cremar os animais, as empresas entregam as cinzas em uma urna, junto com o documento timbrado e assinado, onde consta o nome e data de nascimento do animal. “O custo para o ato foi de R$ 500, enquanto que aqui eles cobram um valor bem abaixo. Ou seja, nos enganam por aqui porque não é cremação, mas incineração desses animais”, finaliza.
Fonte: Portal SACT

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