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Entenda como detectar e tratar a gripe canina

19 de junho de 2015
4 min. de leitura
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Durante o inverno, estação em que aumenta a probabilidade de gripes e resfriados, os cães devem receber uma atenção especial. Neste período o cão corre um risco maior de contrair a gripe canina, que pode gerar sangramento nos pulmões e até pneumonia. Por isso, entenda o que é essa gripe, como detectá-la e como ela precisa ser tratada.
H3N8 – Gripe canina
O vírus conhecido como H3N8 é um tipo específico do vírus influenza que causa a doença em cães, mas não em seres humanos. Ele foi inicialmente um vírus de contaminação específica dos cavalos, modificando-se e adaptando-se para o organismo de animais menores, os cachorros. Com uma rapidez na transmissão, acredita-se agora que a doença só seja transmitida nos cães, tendo mudado o foco do hospedeiro com o passar dos anos.
O vírus foi descoberto há mais de 40 anos e apenas em 2004 houve a notícia que um cão havia sido contaminado. Ele foi diagnosticado primeiramente na raça galgo, apenas depois disseminando-se para outras raças.
Ele é transmitida pelo contato direto via secreções respiratórias, como a gripe humana é transmitida para as pessoas. O H3N8 pode entrar no organismo dos animais com contato do cão infectado, objetos contaminados e por pessoas que possam estar com as mãos ou roupas com o vírus espalhado. Ele pode permanecer vivo em superfícies por até 48 horas, em roupas por no máximo 1 dia e nas mãos por 12 horas. Nos animais contaminados, o vírus fica multiplicado em um alto nível nas secreções nasais por volta de 2 a 4 dias, podendo espalhá-lo por até 10 dias. Muitas vezes, no período em que os cães não aparentam sinais clínicos da doença (primeiros 2 dias), é quando mais prolífero o vírus está.
Sinais do vírus no cão
Em 80% dos cães que adquirem a doença, os sinais são leves e podem incluir uma tosse incômoda e persistente, sem melhora por tratamento, alguns espirros, febre e coriza.
“Suspeitamos que o cão esteja com o vírus se o animal estiver mostrando os sinais da doença, mesmo que ela não seja diagnosticada apenas com os sinais clínicos, necessitando um teste de anticorpo específico para resultados mais exatos” explica Aldo Macellaro, veterinário e proprietário do Clube de Cãompo. São realizadas duas coletas de sangue, uma retirada no momento em que há a primeira suspeita do vírus e a segunda apenas 10 a 14 dias mais tarde. “Se o cão for levado ao médico logo no começo, que são 72 horas após os primeiros sinais, as secreções nasais podem ser testadas para confirmar a presença do H3N8” complementa.
Tratamento
A gripe canina não tem um tratamento específico, mas o animal precisa de cuidados como ingestão de líquidos para não haver desidratação, uma boa alimentação e antibióticos para prevenir ou tratar uma infecção secundária, especialmente em casos de pneumonia ou quando há secreção nasal de cor esverdeada e densa. Embora raros, em casos mais graves, alguns cães podem necessitar de auxílio respiratório com oxigênio.
“Todos os animais que demonstram algum sinal de infecção respiratória devem ficar isolados dos outros cães por, pelo menos, duas semanas” explica o veterinário. Todos os objetos, roupas ou superfícies que possam ter tido contato com o animal e com o vírus devem ser limpos e desinfetados. O vírus morre quando eliminado dessa forma, com desinfetantes do dia à dia. As pessoas devem ter higiene nas mãos antes e depois de ter contato com o cão que mostra sinais da infecção. “É muito importante que outros animais não compartilhem brinquedos ou pratos de comida e água com o cão infectado” exorta Macellaro.
Há uma vacina específica disponível, que infelizmente não irá tratar a doença e nem evitá-la totalmente, mas pode diminuir drasticamente a gravidade da mesma caso o cão seja infectado. A vacina também ajuda a diminuir o quanto de vírus é espalhado no ambiente, já que os vacinados são menos propensos a transmitir o vírus. Os veterinários recomendam que apenas os que têm contato com muitos animais devam tomar a vacina, como os que moram em um abrigo, em canis, frequentam parques de cachorros ou habitam casas com vários outros cães.
Fonte: Itu
 

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