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Contrato de R$ 5,1 mi assinado por Puccinelli deixou 10 mil peixes morrerem

14 de junho de 2015
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A empresa Anembi, responsável pelo projeto “Biodiversidade Para Todos” que cuida do processo de quarentena dos peixes que irão povoar o Aquário do Pantanal, já deixou mais de 2/3 das espécies que chegaram aos galpões da PMA (Polícia Militar Ambiental) morrerem. A informação consta em relatório.
O contrato com a Anembi foi fechado a toque de caixa pelo ex-governador André Puccinelli (PMDB), que correu contra o tempo para inaugurar o Aquário do Pantanal, mas não conseguiu concluir a obra. O projeto faraônico que já custou mais de R$ 170 milhões aos cofres públicos faz parte da herança de obras inacabadas deixada por Puccinelli à gestão tucana de Reinaldo Azambuja (PSDB).
Ao custo total de R$ 5,1 milhões, a quarentena acabou por perder sua finalidade, uma vez que não há previsão de conclusão dos tanques que vão abrigar os peixes. Além disso, o outros 4 mil animais que conseguiram sobreviver também correm sério risco de vir a óbito, uma vez que vão ficar nos tanques por tempo indeterminado.
O relatório – que revela a mortandade dos animais – é de abril de 2015 e foi elaborado pela própria Anambi. Dados registrados pelos pesquisadores apontam que das cerca de 14 mil espécie que chegaram aos tanques alocados na PMA, 10.160 mil peixes já morreram.
Segundo o documento, as milhares de mortes ocorreram nos últimos cinco meses – novembro de 2014 a abril de 2015.
O fato contradiz com as declarações públicas do administrador da Anembi, Geraldo Augusto da Silva, que em dezembro de 2014 afirmava que a empresa teria condições e manter os animais vivos nas condições de quarentena por ‘tempo indeterminado’. Na época, Geraldo ressaltou como exemplo, as boas condições apresentadas pelos peixes mais sensíveis como o da espécie Mato Grosso.
Relatório desmente versão e aponta causas das mortes
Apesar de dizer que o projeto conseguiria manter os peixes vivos por tempo indeterminado, na prática a história é diferente. Dados do relatório apontam que 80%, das mais de 10 mil espécies, ou um total de 8.128 peixes, morreram devido à variação de temperatura.
“Com destaque para as espécies amazônicas (arraiais e peixes de pequeno porte como tetras e piabas), asiáticas, africanas e australianas (espécies oriundas das demais localidades não suportam variações bruscas de temperatura, sendo algumas sensíveis a variação de 1 grau)”, diz relatório elaborado pela Anembi.
Sobre os demais peixes, o documento aponta que foram 10% com relação ao transporte e 10% com relação a doenças de diferentes tipologias.
Além disso, os especialistas que trabalham no projeto apontaram como fator que implicou na perda de lotes inteiros, um surto de bactérias de origem “desconhecida”.
“Surtos de bactérias de origem desconhecida, resultado na perda de lotes inteiros em período inferior a 24 horas, observando que esse processo foi restrito a peixes locais”, diz documento.
Alvo do MPE
A empresa Anambi Análise Ambiental LTDA é alvo de investigação do Ministério Público Estadual (MPE). O órgão apura irregularidades no licenciamento ambiental da obra, principalmente em relação dos peixes que viverão no Aquário.
Segundo investigação aberta pela promotora Luz Marina Borges Maciel Pinheiro, da 26º Promotoria de Justiça e divulgada nesta terça-feira (10), a apuração vai verificar a regularidade jurídico-ambiental da condução dos peixes, envolvendo a captura, o manejo e a guarda dos animais.
Fonte: Jornali9

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