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'Acumuladores' de animais podem sofrer de transtorno psicológico

14 de maio de 2015
2 min. de leitura
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Foto: Vídeo G1
Foto: Vídeo G1

Em março deste ano, quando uma mulher de 60 anos foi despejada da casa onde vivia de aluguel e deixou para trás cerca de cem cachorros, no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife, a situação do abandono dos cães acabou comovendo muitas pessoas. No entanto, a história chama a atenção para um problema mais sério, o transtorno acumulador, como mostra o NETV 1ª Edição desta quarta-feira (13).
Para a psicologia, pessoas que começam a juntar animais e não conseguem parar sofrem do transtorno de acumulação e são chamadas de acumuladoras. Quem tem o transtorno acredita estar ajudando os animais, mas acaba tendo uma criação sem controle, que coloca em risco a vida dos animais e dela mesma.
Veja o vídeo clicando aqui.
A psicóloga Érica Tenório explica que o transtorno de acumulação se mostra quando a pessoa começa a juntar animais de forma indiscriminada. “Não ter limites é a grande característica. Ele [o indivíduo] perde o limite de espaço, de saúde, da questão financeira também. Ele não tem como abraçar esses animais”, aponta.
O aposentado Alberto Ribeiro cria 106 cachorros: ele começou a recolher os animais abandonados e doentes nas ruas há dez anos. Depois, as pessoas também começaram a deixar os cães em sua porta. Apesar da quantidade, ele conhece cada animal pelo nome. Ribeiro não gosta de ser chamado de acumulador. “Nem me venha com essa conversa porque vai virar meu inimigo”, conta.
Para o aposentado, que tem como renda apenas um salário mínimo, de aposentadoria por invalidez, manter o abrigo dos animais é uma atividade que conta com ajuda de doadores e voluntários. “Eu não meço esforços, agora, tudo tem um limite. Eu vou até onde eu puder, não tenho mais condições de estar recebendo, porque todos os dias as pessoas ligam querendo deixar animais aqui e não tenho condição de receber. Eu não posso eu sozinho salvar o mundo”, comenta.
Todo fim de semana, aos domingos, o abrigo de Alberto Ribeiro recebe voluntários para ajudar a cuidar dos cachorros. Quem quiser ajudar pode entrar em contato pelos telefones (81) 8602.4949 ou (81) 9842.1358. Já quem precisa da ajuda de um psicólogo para tratar o transtorno de acumulação, pode procurar um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e começar o tratamento. O serviço é gratuito.
Alguns dos cachorros que foram abandonados estarão disponíveis para adoção numa feira que será realizada no próximo 24 de maio, das 12h às 18h, no Shopping Recife, em Boa Viagem.
Fonte: G1

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