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Cachorra ferida em terreno baldio com buraco na pata corre risco de amputação

11 de maio de 2015
4 min. de leitura
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Foto: Xodó de Bicho
Foto: Xodó de Bicho

A cachorra que está estava em um terreno baldio em Jaguariúna, no meio do lixo, e sem se levantar devido a um buraco na pata, foi resgatada no domingo (3) pela ONG Xodó de Bicho, que é da cidade. Corre o risco de morrer e, se sobreviver, corre o risco ter o membro amputado.

O animal estava no terreno há duas semanas, embaixo de sol e chuva, e sem conseguir comer a ração que moradores do entorno lhe ofereciam devido à extrema dor.

Após o resgate, foi socorrida na Clínica Veterinária Sfa e batizada de Hanna. “Está medicada com antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos”, informa o veterinário João Felipe Fonseca. “Se fosse outro animal, já estaria morto. Por tratar-se de um pit bull, que é uma raça muito forte e resistente, é que ela está viva”, completa o médico.

A infecção está muito alta, e, como perdeu muito sangue, Hanna está anêmica. “E, por isso precisamos estabilizá-la antes de pensar em cirurgia. Entretanto, ela está respondendo bem à medicação”.

Fonseca informa que, se tudo correr bem, a cachorra poderá estar estabilizada em cerca de 10 dias.

“Ela é muito mansa, praticamente não ofereceu resistência ao resgate. A situação da pata é gravíssima, nesses anos, nunca tinha visto algo assim. A miiase (bicheira) estava em estado avançado. Pode-se ver os ossos e tendões expostos pelo buraco na pata. Incontáveis bichos foram tirados, mas a infestação é em volume inacreditável e demandará outras intervenções”, conta a fundadora da Xodó, Leliane Magalhães Guerra Gandolphi.

União

“Nós estávamos preparadas para o resgate de um cão bravo, mas nos deparamos com uma cachorra dócil e assustada. Tivemos muita pena dela pelo estado de total abandono em que se encontrava”, relata a protetora.

“Se for possível salvar a pata e precisar de ortopedista, já fechamos parceria com o Dr. Gustavo Nucci, outro parceiro nosso, excelente profissional. Os exames serão feitos na UltralabVet, mais uma parceria.

“Todos os envolvidos nos cobram preços solidários, especiais, pois são amantes da causa. Sem isso não teríamos conseguido ajudar quase dois mil animais em quatro anos de existência”, revela a protetora.

Para se recuperar, a pit bull precisará de alimentação especial. “Temos outra parceria com um fabricante de comidas pastosas de alto valor proteico, a NHAC, que usamos em animais debilitados. Conseguimos refeição a sete reais por dia. Se alguém quiser ajudar comprando os potinhos, o contato é através da Silvana Baldassin, no Facebook”, informa Leliane.

“Podem ser necessários remédios específicos. Temos uma farmácia na ONG com doações que recebemos. Caso não tenhamos lá, as pessoas poderão doar também”.

Adoção

Depois de recuperada e castrada, Hanna será adotada pelos protetores de pit bulls Rodrigo Bernardes e Rodrigo Costa, do rancho RR de Minas Gerais. O santuário conta hoje com 17 pits provenientes de maus-tratos. “As pessoas têm muito receio da raça, mas o problema é a criação. Nunca é o animal na verdade”, pontua Bernardes. “Um pinscher pode sentir a mesma raiva que um pit bull, mas a diferença é que o pit tem uma mordida forte, tem estrutura pra morder”.

A dupla recolhe os cães e fica com eles até morrerem. “Nós temos um centro para recuperá-los e para dar uma vida digna para eles até o final”.

Hanna foi abandonada na rua ou fugiu, porque estava com coleira.

O socorro

O pedido de socorro para Hanna partiu do técnico em eletrônica, André Arantes, que mora no bairro Florianópolis, onde fica o terreno baldio em que ela estava. Arantes e amigos pediram socorro ao grupo de Campinas, Amor de Bicho, que divulgou o caso no Facebook, e posteriormente foi assumido pelo Xodó, que é de Jaguariúna.

“Fomos informadas do caso pela postagem no sábado (2) à noitinha. Todo resgate que fazemos, principalmente de animais de grande porte ou raças especificas, temos que montar a retaguarda para podermos resgatar já com tudo pronto e não perdermos tempo. No domingo (3), já tínhamos as parcerias e conseguimos resgatar.”

A ONG

Surgiu há 4 anos, e já ajudou mais de dois mil animais abandonados a conseguirem uma família. Já fez a ponte entre centenas de tutores e seus animais perdidos, além de ter ajudado com ração e assistência veterinária outros tantos de famílias carentes ou comunitários. Desde 2011, tem o título de Entidade de Utilidade Pública. Todos seus membros são voluntários e sobrevive apenas de doações.

Tem convênio de estágio com a Faculdade de Jaguariúna (FAJ), que supervisiona o canil com estudantes de veterinária a partir do primeiro ano de curso.

Entretanto, “não temos convênio de atendimento a baixo custo com a faculdade, onde há um hospital veterinário. Já tentamos, mas eles dizem que já têm o convênio com a Prefeitura através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Só que o CCZ não atende esses casos”, ponta a fundadora da Xodó, que é a atual presidente da ONG, no biênio 2015-2017.

“Infelizmente, esses resgates trágicos (como a da Pit Bull), têm sido comuns aqui. Temos vários documentados”, finaliza a protetora.

Fonte: Correio

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