EnglishEspañolPortuguês

Matadores de animais: assim começa a carreira de um psicopata

13 de abril de 2015
6 min. de leitura
A-
A+

Por Fátima Chuecco (da Redação)

Pit bull Patrick, vítima de maus-tratos (Foto: Divulgação)
Pit bull Patrick, vítima de maus-tratos (Foto: Divulgação)

Finalmente, o governo federal americano está tratando o abuso de animais como um crime grave. No ano passado, o FBI – Departamento Federal do Investigação dos EUA,  silenciosamente mudou sua política, ao concordar em adicionar crueldade animal como uma ofensa distinta e que será incluída em um sistema nacional de notificação de Incidentes (NIBRS) que recolhe dados sobre criminosos e vítimas.

Até agora, o FBI classificou o abuso de animais sob a categoria “outros”, em um grupo de infrações menos graves. Isso tornou difícil para os grupos de bem-estar animal monitorar e lutar contra esse tipo de violência. Mas agora o crime contra animais terá sua própria classificação semelhante ao de outros crimes violentos como homicídio, assalto e estupro.

As quatro categorias criadas são: a simples negligência, abuso intencional e tortura, abuso organizado (cão e galo de briga) e abuso sexual animal. Portando, os abusos incluem as obrigações como abrigo, comida, água, cuidados se estiver doente ou machucado; transporte ou confinamento de um animal de uma forma que possa lhe causar ferimentos ou morte; fazer com que um animal brigue ou lute com o outro; infligir dor ou sofrimento excessivo ou repetitivo como utilizar um objeto para machucar ou bater no animal. Esta definição não inclui a manutenção adequada de animais para show ou entretenimento, uso de animais para alimentação, caça dentro da lei, pesca ou caça por meio de armadilhas.

Embora desapontados com o fato da nova política não cobrir a produção animal industrial e nada fazer para reverter as leis que, por exemplo, proíbem o registro de imagens dentro de uma fazenda sem permissão, defensores do bem-estar animal aplaudiram a medida. ”É algo excelente e tem dois efeitos imediatos”, disse John Goodwin, diretor de política sobre abuso de animais na Humane Society of America (HSUS). “Em primeiro lugar, o fato do FBI considerar crueldade animal como crime já é importante o suficiente para combater esses abusos. O segundo resultado será o rastreamento em tempo real de abuso de animais em 50 Estados, compilado em relatórios mensais pela polícia local. A transmissão dos dados terá início em janeiro de 2016”, explicou.

Fonte: The Dodo

Lei de Patrick

Patrick durante sua recuperação (Foto: Divulgação)
Patrick durante sua recuperação (Foto: Divulgação)

Segundo o Animal Welfare Institute – organização que preza pelos direitos animais – grupos de proteção animal já vinham pressionando as autoridades por mudanças na punição de crimes. O FBI adotou as mudanças atendendo aos pedidos desta organização e também da organização dos xerifes e delegados dos Estados Unidos, a National Sheriff’s Association. Ambos pediram para que os crimes contra animais fossem tratados como casos específicos, e não generalizados em crimes de “todas as outras ofensas”.

Victor Amato, diretor de aplicação das leis em Monmouth County (Condado de Nova Jersey- EUA), disse que tem fornecido estatísticas que ajudam o trabalho do FBI há anos em suas análises internas. “Agora eles estão dando um passo além”, disse Amato. “As pessoas estão encarando a crueldade animal de uma forma cada vez mais séria. Trata-se de um crime violento e, se passar despercebido, pode levar a atos ainda piores”. Amato disse ainda que tais mudanças fazem parte de uma tendência no aumento da preocupação com relação aos problemas ligados à crueldade animal. “Um animal é uma vítima muito fácil e ele não pode pegar o telefone e chamar a polícia”.

No último ano, o governador de Nova Jersey (NJ), Chris Christie assinou a “Lei de Patrick”, que elevou a crueldade animal de um simples delito para uma ofensa de quarto grau. O nome da lei é uma homenagem ao pit bull Patrick, que foi abandonado em uma lixeira de um prédio em NJ e encontrado extremamente debilitado, quase morto, por funcionários. Era dia de São Patrício e por isso o nome escolhido foi Patrick. O caso repercutiu inclusive internacionalmente e possibilitou que se repensasse as leis até então aplicadas a quem maltrata e mata animais. Patrick passou por um longo tratamento e hoje se encontra totalmente recuperado. Sua ex-tutora foi presa, mas por assalto, não pelo que fez ao cão e pode ser solta sob pagamento de fiança.

Hoje Patrick está reabilitado (Foto: Divulgação)
Hoje Patrick está reabilitado (Foto: Divulgação)

Outros Casos

Em uma série de reportagens publicada na ANDA e focada em criminosos que começaram torturando e matando animais, desfilam inúmeros exemplos que confirmam a necessidade de se identificar, punir e monitorar pessoas que cometem tais atos. A série foi baseada em pesquisa sobre os 500 psicopatas mais famosos do mundo, artigos de especialistas no assunto e entrevistas. O que o FBI acaba de lançar, com início previsto para 2016, representa uma medida preventiva, de proteção não somente aos animais, mas a toda a sociedade.

É importante que autoridades, polícia e sociedade enxerguem que o mesmo sujeito que maltrata e mata animais, quase sempre, também bate na esposa e nos filhos, e é capaz de grandes picos de violência em massa. É muito importante denunciar todo e qualquer torturador ou matador de animais (até mesmo aquele que faz isso de forma indireta, espalhando veneno de rato). Deter esses indivíduos salva a vida de animais e de pessoas.

Por conta disso, vale lembrar que no Brasil, 80 mil crianças desaparecem por ano sem deixar qualquer vestígio. Elas podem estar caindo nas mesmas mãos daqueles que assassinam animais. Matar animais é só um “treino”.

Será que apesar de não ter cura, o psicopata tem poder de escolha entre praticar ou não o mal? Como saber se temos pré-disposição à psicopatia? Veja tudo isso e muito mais nos links abaixo:

Um psicopata a cada quadra (estatísticas e o Indice da Maldade)

Disfarces profissionais usados por psicopatas

Caso Dalva, a maior matadora de animais de todos os tempos e que será julgada em 4 de maio em SP, entre outros casos

Crianças Perversas foi o capítulo mais polêmico com mais de 8 mil curtidas. Procura mostrar o quanto é importante identificar as crianças que maltratam animais e dar a devida atenção para esse comportamento não perpetuar e até se agravar na vida adulta.

Quem treina cães e galos para rinhas ou se diverte com essas atividades criminosas pode ter sérias tendências à violência contra humanos também. São os psicopatas ocultos. E os inversos são aqueles que acreditam estar fazendo o bem quando na verdade estão prejudicando os animais e a si mesmos.

Você viu?

Ir para o topo