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Jovens elefantes são capturados para serem vendidos à China

28 de março de 2015
3 min. de leitura
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(da Redação)

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O Zimbábue capturou 20 elefantes selvagens de seu território e planeja enviá-los à China; outros envios de elefantes devem ser feitos para a França e para os Emirados Árabes Unidos. As informações são do Bloomberg.

O governo justificou a medida, criticada por ativistas pelos animais, como a única opção diante da superpopulação do paquiderme.

“Não foi um caminho fácil. Nós tentamos caçá-los, mas nos disseram que não por que é desumano, e concordamos”, disse o ministro do Meio Ambiente, Água e Clima Saviour Kasukuwere, em um discurso no parque nacional Hwange, a maior área de conservação do país. “Se usamos caçadores, há sanções. Se tentamos fazer venda de animais vivos, eles dizem que não o façamos. Estamos entre cruz e a espada”.

A ONG PETA criticou o tratamento dispensado pelo país aos elefantes, afirmando que as autoridades usaram helicópteros para dispersar manadas e capturar os animais mais jovens. Já oficiais do parque afirmam que o uso de helicópteros é ocasional e que os elefantes geralmente recebem dardos com tranquilizados antes de serem sequestrados, enquanto os animais conscientes são mantidos à distância para não interferirem.

“Esses inocentes e aterrorizados bebês foram traumaticamente separados de suas famílias”, disse a PETA em comunicado em seu site.

O parque de Hwange, na região noroeste do país, tem capacidade para 15 mil elefantes, mas abriga 43 mil deles. Segundo responsáveis, a superpopulação causa danos à vegetação, o que reduz a biodiversidade.

“Escolhemos ser decisivos”, afirmou o ministro Kasukuwere. “Há aqueles que reclamam, é o papel deles reclamar”.

Elefantes podem ser vendidos por entre 40 e 60 mil dólares cada, de acordo com a idade, e os lucros seriam utilizados para ajudar nos custos anuais de 2,3 milhões de dólares do parque, afirmou a direção do Hwange. 62 indivíduos estão destinados para exportação.

“Em adição à crueldade e tristeza de se separar mãe e filho, rupturas desse gênero trazem prejuízo tanto à espécie como um todo quanto aos elefantes individualmente. Jovens elefantes sequestrados de suas mães ficam frequentemente tão deprimidos que se recusam a comer e a beber e morrem em resultado disso”, afirmou a PETA.

“A Europa e a América não têm zoológicos que têm elefantes que se originaram da África?”, indaga o secretário de Meio Ambiente do país, Price Mupazviriho. A África Austral é a única região com o maior número de elefantes, por que eles são bem manejados”.

O secretário afirma que os envios estarão de acordo com as regulações da CITES, mas o grupo de proteção animal rebate fortemente este argumento.

“A venda e exportação desses elefantes viola a Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Flora e Fauna Silvestres (CITES), que proíbe qualquer exportação que prejudique a sobrevivência das espécies como um todo e só autoriza o comércio de elefantes vivos do Zimbábue para ‘destinações apropriadas e aceitáveis”, escreveu a PETA.

“Sim, estamos abertos para negócios, mas isto é por que há uma utilização sustentável do recurso”, afirmou Mupazviriho.

Diante da decisão do governo do Zimbábue em não rever a prática, a ONG lançou uma coleta de assinaturas para pressionar o secretariado do CITES a impedir o envio dos animais.

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