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Ativistas de direitos animais entram em batalha contra pecuaristas nas redes sociais

7 de fevereiro de 2015
3 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: Care2
Foto: Care2

Em uma tentativa de chamar a atenção para acontecimentos rotineiros de fazendas modernas e melhorar a imagem dos locais de produção de alimentos, pecuaristas da América do Norte foram às redes sociais para postar fotos com a hashtag #farm365.

Furiosos com a ação, que mostra uma visão muito unilateral da vida nas fazendas, sem nenhuma das práticas cruéis e desumanas que são parte inevitável da pecuária industrial, ativistas de direitos animais sequestraram a hashtag, na esperança de adicionar algum equilíbrio à discussão.

O que começou como um pequeno projeto fotográfico por um produtor de laticínios de Ontário tornou-se um campo de batalha nas mídias sociais. Com algumas postagens extremamente calorosas, não há dúvidas de que isso resultou na abertura do debate necessário sobre a criação e morte de animais para consumo humano. As informações são da Care2.

Uma visão interna da vida nas fazendas

Alguns pecuaristas usaram a hashtag nas mídias sociais para destacar o seu trabalho sob o viés de suposta dedicação e comprometimento, com postagens como “Fazendeiros cuidam de seus animais 365 dias por ano. Não há dias ruins”, enquanto outros aproveitaram a oportunidade para postar fotos do dia a dia com os animais, acompanhadas por comentários como “Gelo e neve tornam a pastagem difícil, por isso as ovelhas recebem um suplemento de feno”.

Uma visão mais clara do que acontece por trás das portas fechadas das fazendas pecuaristas é, sem dúvida, o que o público está buscando, e muitos fazendeiros orgulhosos estão usando a oportunidade para tentar combater a má reputação adquirida pela indústria com as leis “ag gag”. No entanto, o que os ativistas de direitos animais apontam justamente é que esses fazendeiros estão negando compartilhar o lado obscuro da vida nas fazendas.

O outro lado da história

O que os fazendeiros estão deliberadamente deixando de fora de suas postagens é a verdade perturbadora que eles sabem que trará desconforto aos consumidores. Não há posts falando sobre a separação de mães e filhotes recém nascidos, o corte ou encaixe de caudas, a mutilação de bicos e, é claro, a morte, sendo que tudo isso é a parte principal da pecuária industrial. Estas são as verdadeiras questões que estão levando muitas pessoas a se distanciar dos produtos derivados de animais, e nenhuma quantidade de fotos de vacas aparentando estar felizes e ovelhas saltando irá dissimular a horrível realidade da exploração dos animais.

Para assegurar que o público saiba de toda a história, incluindo os detalhes sangrentos, ativistas de direitos animais estão usando a hashtag para compartilhar posts como: “Nós cuidamos de nossos animais’, dizem os fazendeiros enquanto separam os bebês de suas mães”, e “Leite é cruel. Gaiolas de bezerros tão longe quanto os olhos podem ver”.

Enquanto muitos pequenos pecuaristas tentam mostrar que eles não trabalham da mesma forma que as fazendas industriais, eles estão apenas fornecendo ao público uma visão distorcida da realidade, que levaria as pessoas a um falso senso de segurança quanto à origem de sua comida.

Noventa e nove por cento dos produtos derivados de animais vêm de fazendas industriais, e mesmo que a escala de crueldade pudesse ser menor em fazendas de pequeno porte, ela ainda é muito presente. Animais são assassinados quando a produção de leite e de ovos não atende às expectativas, assim como os machos que não são considerados úteis, e quando estão doentes, pois os produtores não querem gastar dinheiro com tratamentos médicos. Essas são apenas algumas das realidades da criação de animais para consumo humano, e a única maneira de evitar completamente ser conivente com tais práticas é deixando os animais e seus derivados fora do prato e das listas de compras.

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