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Único abrigo de cães do Irã lida com dificuldades financeiras e culturais

17 de dezembro de 2014
3 min. de leitura
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(da Redação)

Alguns dos cães que estão alojados no único abrigo do Irã. Foto: Vafa Shelter
Alguns dos cães que estão alojados no único abrigo do Irã. Foto: Vafa Shelter

Há somente um abrigo licenciado no Irã, e é o único refúgio para mais de 500 cães que vivem no país em que as leis impõe pesadas restrições à tutela de animais dessa espécie. As informações são do Ecorazzi.

O Vafa Animal Shelter está localizado fora de Teerã e foi criado através de uma doação, em 2004.

“Em nossa sociedade, os cães são os animais mais vulneráveis”, disse Ali Sani, gerente do abrigo. “Os cães que são trazidos para cá costumavam ficar em ambientes urbanos nos quais lutavam com problemas e precisavam de ajuda”.

A tradição islâmica têm os felinos em alta estima, incluindo os ferais, enquanto os cães são vistos como uma perturbação da ordem pública. O abrigo cuida dos cães em situação de abandono que seriam mortos por funcionários das cidades.

Os cães que são tutelados também enfrentam dificuldades. Na república islâmica do Irã, a tutela de cães é considerada um hábito negativo importado do Ocidente e legisladores conservadores têm pedido a proibição, ou têm imposto regulamentos restritivos, como a não permissão aos tutores de passear com seus cães. Aproximadamente 30 parlamentares assinaram um projeto de lei que visa punir pessoas que passearem com cães com multas de 3 mil dólares e 74 chicotadas, embora uma tentativa de projeto semelhante apresentado anteriormente não tenha sido aprovada. As autoridades conservadoras estão encontrando a resistência de um grupo demográfico mais jovem e urbano, que é mais propenso a tutelar cães.

O abrigo, no entanto, evita comentar o assunto e até mesmo condena o passeio com cães. Sani diz que a maior parte das autoridades deu apoio ao abrigo, principalmente porque o mesmo faz a castração dos cães em situação de abandono.

O local sobrevive graças a doações particulares e de voluntários, o que é sempre  algo difícil, ainda mais para iranianos, graças a sanções internacionais sobre o programa nuclear do Teerã.

“Nós tentamos convencer as pessoas a doar”, disse Homa Rashid, advogada e cuidadora de cães voluntária. “Mas infelizmente falar a elas sobre ajudar este abrigo é uma tarefa muito difícil, pois a maioria questiona que, se há tantos humanos precisando de auxílio, por que elas deveriam ajudar cães?”.

O abrigo luta para encontrar lares para os seus cães. Segundo a reportagem, somente seis cães são adotados a cada mês, devido à preferência dos iranianos por raças puras.

“Nós queremos mostrar às pessoas que esses cães que elas vêem vagando pelas ruas e becos podem ser nossos melhores amigos”, disse Afsaneh Zarrin, que trabalha na área de adoções.

É interessante que mais pessoas no mundo saibam da existência deste abrigo, a fim de que mais cães nele hospedados possam encontrar lares definitivos.

Para conhecer mais sobre o abrigo ou como ajudar, clique aqui.

 

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