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Ativistas protestam contra matança de milhares de aves em ritual judaico‏

4 de outubro de 2014
3 min. de leitura
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(da Redação)

Judeu ortodoxo toma parte no ritual de Kaparot, onde galinhas são mortas. Foto: AFP/AFP/Getty Images
Judeu ortodoxo toma parte no ritual de Kaparot, no qual aves são mortas. Foto: AFP/AFP/Getty Images

Ativistas de direitos animais estão protestando contra o ritual “de redenção” da religião judaica (pré-Yom Kippur) que leva à matança de milhares de frangos. As aves destinadas a serem mortas são deixadas na rua por horas – até mesmo dias – em pequenas gaiolas plásticas de transporte. No ano passado, mais de 2.000 animais morreram no Parque Borough Park devido ao calor, antes do “Dia da Expiação”. “Isso viola os ensinamentos judaicos de que devemos ter compaixão pelos animais”, disse Karen Davis, presidente da United Poultry Concerns, uma organização sem fins lucrativos que vem lutando contra a prática desde 1994. As informações são do NY Daily News.

Judeus ultra-ortodoxos usam as galinhas em um ritual que ocorre antes do Yom Kippur, no qual elas são balançadas sobre a cabeça de alguém três vezes em uma “transferência simbólica de pecados”. Depois disso elas são mortas e seus corpos são ostensivamente doados a pessoas pobres para uma refeição rápida.

Muitas das galinhas são simplesmente jogadas em sacolas plásticas e levadas para aterros sanitários, conforme mostrado em alguns vídeos. Em alguns casos, galinhas vivas que estão muito doentes para um “abate kosher” (rito de matança de acordo com preceitos da religião judaica) são colocadas em sacos e sufocadas até a morte.

“Esta é realmente uma afronta ao judaísmo”, disse Davis, que estava organizando três manifestações contra a prática em Crown Heights.

Galinhas confinadas em gaiolas aguardam a morte no Parque Borough em 2013. Foto: Tanay Warerkar / NY Daily News
Galinhas confinadas em gaiolas aguardam a morte no Parque Borough em 2013. Foto: Tanay Warerkar / NY Daily News

A tradição levanta controvérsias entre os estudiosos judeus desde o século VIII. O rabino Joseph ben Ephraim Karo, autor do Código da Lei Judaica, e vários outros rabinos famosos foram veementemente contra a prática, dizendo que era um “costume tolo” e sem base na Torá. Mas um grupo de cabalistas acredita que o ato teve uma importância mística como parte do processo de redenção durante as festividades de High Holy Days. No final de setembro, um grupo judeu ortodoxo defendeu a prática e pediu aos manifestantes que se calassem.

Por outro lado, diversos judeus têm adotado alternativas para não ferir os animais. Muitos tomam parte em uma tradição não relacionada, chamada “tashlik”, uma cerimônia em que os participantes atiram um pedaço de pão, simbolizando seus pecados, em um recipiente com água ou um lago, para expressar o desejo de purificação.

“A melhor maneira de se arrepender é fazer alguma coisa”, disse o rabino Joseph Potasnik, diretor-executivo do Conselho de Rabinos de Nova York. “Não basta declarar a sua intenção; você tem que demonstrar isso”.

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