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O grito de socorro dos coalas

5 de agosto de 2014
3 min. de leitura
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Foto: Ambientalistas em rede
Foto: Ambientalistas em rede

“Os animais estão invadindo as nossas cidades!!!”- Quantas vezes já não ouvimos nós estas palavras, em documentários que relatam acidentes ou até apreensões de animais selvagens em ambiente urbano?
Pois é. Eles não são mais do que as vítimas da invasão humana.
O homem tem sido a espécie que, apesar de ser a mais dotada intelectualmente, é a que maior destruição tem causado no mundo em que habita. Vejamos o que se passa na Austrália com o coala.
Os coalas são atualmente os animais-símbolo da Austrália mas mesmo assim estão sob ameaça de extinção, porque o crescimento urbano está a destruir o seu frágil habitat.
Em 1788, quando a Austrália começou a ser colonizada, havia entre 7 e 10 milhões de coalas. Na década de 20, do século passado, 3 milhões de coalas foram mortos para que a indústria de peles florescesse. Agora, poucos restam, nem chegando a 100 mil.
Mathew Crowther, da Universidade de Sidney, seguiu 40 coalas por satélite durante três anos na província de Nova Gales do Sul para estudar o seu habitat e a sua alimentação. O investigador mostrou como o coala se refugia durante o dia em grandes árvores maduras, cuja ramagem o protege do sol e dos incêndios florestais, antes de se irem alimentar para os eucaliptos à noite.
Citado pela agência France Presse Crowther afirma: “O coala australiano corre o risco de desaparecer devido ao aquecimento global a não ser que, com urgência, se plantem árvores para o proteger do calor e para o alimentar. Mostrámos também que quanto mais quente está durante o dia, mais os coalas têm tendência a procurar árvores com folhagem densa para escapar às temperaturas elevadas”.
Um quarto da população estudada foi eliminada pela onda decalor de 2009, um número alarmante para os cientistas, tendo em conta o aumento da frequência de acontecimentos climáticos extremos. Os coalas selvagens só existem em quatro dos seis Estados da Austrália: Queensland, Nova Gales do Sul, Vitória e Austrália do Sul. Este marsupial, o único que habita nas árvores, não tem inimigos naturais, mas durante décadas a sua população tem vindo a diminuir por causa da destruição dos habitats, de atropelamentos e ataques de cães. Segundo a página da Fundação dos Coalas da Austrália, só estes dois últimos tipos de incidentes matam mais de 4 mil coalas por ano.
A Fundação pediu ao governo que pusesse a espécie na lista das ameaçadas de extinção pois ao analisar mil habitats concluiu que 60% deles foram destruídos e em 30 por cento não há mais coalas.
Deborah Tabarat, diretora-executiva da fundação afirma: “Em 15 anos não se verá um só coala a oeste da fronteira e antes de eu morrer, o coala ficará extinto, a não ser que façamos algo”.
Por favor, assinem a petição ao governo australiano para a proteção dos coalas ameaçados.

*Esta notícia foi escrita, originalmente, em português europeu e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores.
Fonte: Setúbal na Rede

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