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"Startup" americana consegue alto financiamento para produzir couro artificial

18 de julho de 2014
3 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Aos poucos, as pessoas estão se tornando mais conscientes dos impactos negativos do consumo da carne sobre o meio ambiente e os animais, mas outros produtos derivados de animais, como o couro, também estão pagando o seu pedágio, o que provoca a busca por soluções criativas para que sejam substituídos por alternativas compassivas.

A Modern Meadow, uma “startup” baseada em Los Angeles (EUA), é uma das companhias que trabalha nessas soluções, incluindo o couro sintético. A empresa acabou de captar 10 milhões em financiamento com a Horizons Ventures para expandir as suas instalações onde está desenvolvendo o couro artificial que não só é livre de crueldade mas também, segundo a reportagem, concebido para ser melhor que o couro natural. As informações são da Care2.

Andras Forgacs, CEO e fundador, disse em uma declaração:

“Com a indústria da pecuária sendo considerada a maior responsável pela mudança climática enquanto principal consumidora de terras e água do planeta, é hora de se buscar melhores alternativas. Nosso objetivo é desenvolver novos materiais de couro cultivado com vantagens em design, performance, sustentabilidade e bem estar animal. A longo prazo, estamos também desenvolvendo produtos de carne (através da cultura de células) que são mais saudáveis, seguros e não requerem danos a animais ou ao meio ambiente. Nós estamos entusiasmados com o apoio de investidores tão visionários e engajados”.

De acordo com a reportagem, a companhia estará utilizando engenharia de tecidos para cultivar o couro a partir de células retiradas durante biópsias “que não ferem nem matam animais”, e nem usam a terra, a água e outros recursos envolvidos na pecuária.

A empresa pretende tocar em um mercado significativo. O Wall Street Journal divulgou que as vendas de produtos de couro alcançarão 91,2 bilhões de dólares no mundo em 2018.

Mesmo diante do argumento popular de que o couro é um subproduto da indústria da carne e que deve ser usado ao invés de “desperdiçado”, os defensores de direitos animais – com razão – não aceitam a prerrogativa.

A indústria mata animais desnecessariamente, lembrando ainda que muitos animais são mortos ao redor do mundo por suas peles e produtos para vestuário e estofados para carros. Apesar da maior parte do couro utilizada no mundo ser originada de vacas, o material pode vir – e de fato vem, por mais que as pessoas queiram ignorar – de uma variedade de animais, incluindo ovelhas, cabras, gatos, cães, cangurus, jacarés, cobras, cervos, entre muitos outros.

Além disso, a produção de couro não é ecologicamente correta. O uso pesado de produtos químicos tóxicos durante o processo de curtimento não é prejudicial apenas ao meio ambiente: ele é perigoso às pessoas que estão expostas a eles no trabalho.

Em um momento  no qual as pessoas estão preocupadas em como o planeta continuará suportando uma população crescente com os atuais sistemas limitados, e enquanto o sofrimento a bilhões de animais continua a cada ano, soluções como estas devem ser bem-vindas.

Nota da Redação: A ANDA questiona um ponto: não ficou claro se a a obtenção de tecido animal por biópsia será feita somente uma vez, para posterior armazenamento e cultivo de culturas de tecidos, ou se haverá biópsias regulares, o que resultaria na continuidade da exploração aos animais. Além disso, será mesmo necessário um produto ter origem em células animais já que existem tantas alternativas sintéticas de boa qualidade no mercado?

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