EnglishEspañolPortuguês

PETA busca apoio de celebridades para proteger animais

14 de julho de 2014
4 min. de leitura
A-
A+
Em um popular anúncio de Pamela Anderson para a Peta, o recado é: "Todos os animais têm as mesmas partes. Seja bondoso - torne-se vegetariano"
Em um popular anúncio de Pamela Anderson para a Peta, o recado é: “Todos os animais têm as mesmas partes. Seja bondoso – torne-se vegetariano”

Das mais combativas organizações de defesa dos direitos animais no mundo, a People for the Ethical Treatment of Animals (Peta), com base nos Estados Unidos, é conhecida em grande parte por causa de suas táticas de buscar a adesão de celebridades às suas campanhas, sobretudo em iniciativas contra o uso de peles, e também de criticar publicamente personalidades que transgridem os princípios da entidade. Nesta entrevista concedida por e-mail ao portal Página 22, Ashley Byrne, especialista em campanhas da Peta, fala sobre as investigações secretas da entidade e explica a oposição da organização ao uso do couro bovino pelas indústrias de calçados e do vestuário.

A Peta tem ideia da participação de produtos fabricados com partes dos animais nas vendas da indústria calçadista e do vestuário?

Ashley Byrne – As vendas de peles e pelagem de animais continuam declinando, visto que mais e mais pessoas opõem-se ao sofrimento dos animais que são confinados em jaulas superlotadas e sujas, antes de serem afogados, golpeados até a morte, estrangulados, eletrocutados e mesmo despelados vivos.

A Peta tem sido eficaz nas campanhas para eliminar os negócios com produtos fabricados à base de animais?

AB – As investigações secretas da Peta são nossa sobrevivência. Numa fazenda de peles na China, encontramos um guaxinim despelado sobre uma pilha de carcaças. Ele levantou sua cabeça ensanguentada e mirou a câmera. Uma outra investigação revelou que coelhos numa fazenda de lã angorá também na China são pendurados de cabeça para baixo, gritam e chutam, sendo forçados a assistir a outros coelhos morrerem violentamente, antes que suas gargantas sejam cortadas. Trabalhos atrás das cortinas como esses têm levado grandes varejistas a trocar mercadorias por produtos oriundos de processos livres de crueldade com os animais.

Há muito tempo a Peta incentiva negócios com vestuário produzido sem uso de animais. É um mercado ascendente?

AB – Para o público geral, o uso de pele animal continua tão popular quanto a afta. As pessoas viram as costas para essa indústria cruel quando aprendem sobre como os animais são violentados e eletrocutados, antes de morrerem, para que sua pele seja removida. Diversas celebridades já declararam que não vestem roupas fabricadas com pelagem e peles de animais, incluindo Penelope Cruz, Natalie Portman, Kristen Stewart, Charlize Theron e Eva Mendes, apenas para mencionar algumas poucas. Até a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, anunciou que também não veste roupas feitas com pelos e peles.

A Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) admite o consumo de carne e a produção de couro bovino desde que os frigoríficos sigam padrões de bem-estar animal no abate. Já a Peta parece trilhar caminho distinto, promovendo o uso de produtos livres de couro animal. Levando em conta que o consumo massivo de carne poderá se prolongar por décadas, não seria desejável que consumidores pudessem comprar couro com certificado de bem-estar animal? Ou a escolha estaria somente entre comprar produtos fabricados com couro ou artigos livres desse insumo?

AB – Os animais não são nossos para comer, vestir, fazer experimentos, usar para entretenimento ou abusos de qualquer outra ordem. No mundo atual, onde há virtualmente chances ilimitadas (em substituição à utilização dos animais), qualquer exploração animal é simplesmente inaceitável – seja ela uma ave utilizada para fornecer penas, um boi usado para carne ou qualquer produto que ajude a manter em funcionamento essas indústrias abusivas. Milhões de bovinos mortos para extrair seu couro padecem dos horrores da criação industrial. São confinados em espaços bastante lotados e privados de tudo o que é natural e importante para eles. São castrados, marcados com ferro quente e têm seu rabo e chifres removidos, tudo sem analgésicos. No fim de suas curtas e miseráveis vidas, esses animais ficam atordoados (após serem golpeados) e são pendurados de cabeça para baixo e despelados.

O couro é o subproduto mais valioso da indústria da carne. Isso significa que ele é um contribuinte direto para os horrores do sistema de criação industrial e a morte de milhões de animais a cada ano. Animais assassinados para fornecer alimento aos humanos morrem assistindo a outros em frente a eles também sendo assassinados, antes de receber um (tiro de pistola) na cabeça e serem suspensos de cabeça pra baixo, e tendo sua garganta cortada, muitas vezes enquanto ainda estão conscientes. A melhor coisa que alguém pode fazer pelo meio ambiente e para interromper o sofrimento dos animais é tornar-se vegano.

Fonte: Mercado Ético / Página 22

Você viu?

Ir para o topo