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“Se não ajudarmos, quem vai?” diz mulher que recolheu 30 cães de rua em Balneário Barra do Sul (SC)

9 de julho de 2014
2 min. de leitura
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Foto: Luciano Moraes/ND
Foto: Luciano Moraes/ND

Princesa, Lulu, negão. Os trinta cachorros que estão com Susiane Pereira foram rebatizados quando foram encontrados em estado de abandono por ela, em Balneário Barra do Sul. Há um ano, a pescadora recolhe os cães que encontra nas ruas e leva pra casa no bairro Salinas.

Ela conta que, apesar de gostar muito dos animais, enfrenta uma série de dificuldades para manter os bichos limpos, alimentados e com saúde. Além do dinheiro das despesas, ela enfrenta as críticas. “Cansam de me dizer que eu não tenho nada a ver com isso, mas se não ajudarmos, quem vai?”, diz Susiane.

Para a diretora executiva da Fundema (Fundação Municipal do Meio Ambiente)de Joinville, Maria Raquel Migliorini de Mattos, as pessoas que recolhem animais por conta própria pioram a situação de abandono.“O correto é procurar junto ao órgãos oficiais a solução para o problema, afinal abandono é crime”.

Ao sair da casa de Susiane, a equipe de reportagem se deparou com o descaso com o qual parte da população de Barra do Sul está indignada. Um cachorro tinha sido abandonado há menos de meia-hora na rua. O animal tinha uma corda amarrada ao pescoço a pata traseira amputada, ainda sangrando. Segundo uma moradora ele foi deixado ali porque o tutor se mudou sem levar o animal.

Ao se deparar com a cena, Emídio, que acompanhava a reportagem, pediu que uma vizinha acolhesse o animal, assegurando que mais tarde ele levaria ração e remédio.

Abandono é crime, mas poucos são punidos

O artigo 164 do Código Penal prevê crime de abandono de animais para pessoas que introduzirem ou deixarem animais em propriedade alheia, sem consentimento. Para esse crime a pena é de detenção de 15 dias a seis meses. Já no caso de maus-tratos, previsto no artigo 32, a pena é de detenção de três meses a um ano.

Para a diretora executiva da Fundema de Joinville, Maria Raquel de Mattos as penas não são aplicadas como deveriam. Em Joinville, quem cuida dessa demanda é a própria Fundema. Mesmo assim, segundo a diretora “raramente casos do tipo são devidamente punidos, porque falta cumprir as leis a risca”.

Maria é coordenadora do Centro de Bem-Estar animal. A unidade abriu as portas em abril de 2012 em Joinville. No local os cães e gatos vítimas de maus-tratos são tratados e colocados para adoção. Atualmente, lá estão 72 cachorros e em média ocorrem três adoções por semana no centro.

Em Balneário Barra do Sul não existe fiscalização ou punição para quem abandona ou maltrata os animais.“Aqui sofremos por ser uma cidade pequena, sem muito avanço nessa parte e sem apoio”, conclui a diretora municipal do Meio Ambiente, Cirlei do Nascimento.

Fonte: Notícias do Dia

 

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