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Biólogo entrega 160 mil assinaturas para preservar tatu-bola

3 de julho de 2014
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Reprodução/ICMBio
Reprodução/ICMBio

Estádios, obras de mobilidade e turismo são benefícios frequentemente citados como legados da Copa do Mundo no Brasil. Porém, mais que isso, um grupo de mais de 160 mil pessoas quer, como legado, um parque de conservação para o tatu-bola – animal que, na figura do Fuleco, virou símbolo do Mundial, e está na lista de espécies brasileiras ameaçadas de extinção.

Depois de produzir artigo científico em conjunto com outros pesquisadores, mostrando incoerência entre a escolha de uma espécie ameaçada, para dar cara ao maior evento esportivo do planeta, e a falta de investimento para conservar a espécie, o biólogo Felipe Melo, professor da Universidade Federal de Pernambuco, abriu abaixo-assinado para receber apoio da população para o pedido de criação de um parque nacional na caatinga, dedicado à preservação do Tolypeutes tricinctus, o tatu-bola.

Em menos de um mês, o movimento conseguiu mais de 160 mil assinaturas, entregues nesta quarta-feira ao diretor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Sérgio Brant.

Para produzir o artigo, o grupo de pesquisadores fez uma expedição à caatinga e constatou que a caça de tatu ainda faz parte da cultura regional. “A gente chegava nos lugares e perguntava para as crianças quem tinha comido tatu no último ano, e todo mundo levantava a mão”, segundo Felipe Melo. Isso, apesar de o tatu ser um reservatório de hanseníase, e comer a carne do bicho, além de poder levá-lo à extinção, ainda traz o risco de contrair a doença, alerta ele.

Segundo o professor, a caatinga é um ecossistema que só existe no Brasil, e é o mais desprotegido de todo o País. Além da caça ao tatu, a destruição do bioma – habitat natural da espécie, juntamente com o cerrado – também contribui para aumentar a ameaça de extinção da espécie de Fuleco.

Em seu ambiente natural, o tatu-bola tem o papel de movimentar os nutrientes da terra, de controlar a presença de formigas, e ainda são alimento para grandes felinos. Para Melo, a principal ferramenta para conservar o tatu é a criação de áreas naturais, protegidas por lei, para a manutenção de espécies e ecossistemas.

A Agência Brasil procurou o ICMBio para saber o posicionamento do órgão sobre a petição, mas até o fechamento da matéria não conseguiu resposta. Mês passado, o ICMBio criou um plano para a preservação do mascote da Copa do Mundo.

Fonte: Terra Notícias / Agência Brasil

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