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Cadela que teve pescoço dilacerado por corda ganha nova tutora

30 de junho de 2014
3 min. de leitura
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A cadela que teve o pescoço dilacerado por uma corda usada como coleira ganhou um novo lar neste fim de semana. Apelidada de Katye, a cadela foi transferida da Associação Protetora dos Animais de Piraju (Aprapi) para uma amiga da tutora do animal, que tinha autorização para intermediar o processo.

“Ela autorizou que levássemos a Katye e a Natasha, outra cadela que vivia no local. Como a tutora está em São Paulo e não tem previsão de retorno, fizemos a retirada. A amiga assinou um documento elaborado com a ajuda de advogados ressaltando a autorização para que nós levássemos os animais para o lar adotivo”, explica o presidente da entidade de proteção aos animais, Diego dos Reis de Oliveira.

Katye foi encontrada no sábado pela Aprapi depois de denúncias. Ela foi deixada amarrada pelo pescoço com uma corda enquanto a tutora viajava. O animal era alimentado por uma amiga da mulher, mas a corda apertada deixou o pescoço do animal dilacerado.

Em entrevista ao G1, Oliveira conta que na nova casa Katye terá a companhia de outros cães que também já sofreram situações de abandono. “Nós a levamos para uma tutora preparada, que já possui outros animais resgatados de situações adversas. A adaptação de Katye no novo lar é imprevisível. O que sabemos, por enquanto, é que ela é uma cadela brincalhona, calma, e que não deve ter problemas com os outros cães”, diz.

Antes de ser levada para o lar adotivo, Kayte foi levado ao veterinário para a troca do curativo. O ferimento é tratado pelo veterinário Murilo Alves de Souza, que acompanha o caso desde quando a cadela foi socorrida. O especialista conta que a situação era grave, mas o animal se recupera bem. “Era uma laceração no pescoço com tecido necrosado e com bastante secreção. O animal também apresentava sinais de uma infecção sistêmica com febre e apatia. Era realmente uma lesão bem grave. Se tudo correr como vem correndo, acredito que em dez dias vai ter cicatrizado”, diz.

O especialista explicou que o ferimento no pescoço da cadela Katye foi provocado porque, além de apertada, a corda não é um material recomendado para ser usado como coleira. O atrito do material causou um ferimento de cinco centímetros de profundidade.

“O ferimento só não foi mais grave porque no torço do pescoço não há ligações importantes como artérias. Se essa mesma lesão tivesse ocorrido na parte de baixo do pescoço, o quadro seria mais grave porque é lá que estão artérias, traqueia e parte do aparelho digestivo do animal”, comenta.

Apesar do caso ser solucionado com a adoção, o presidente da Aprapi afirmou que ainda vai registrar um boletim de ocorrência por maus-tratos. “Vamos procurar a Polícia Civil com todos os documentos e fotos para que o delegado tenha em mãos condições suficiente para fazer a abertura desse inquérito”, comenta Diego.

Se registrada na polícia, a denúncia pode resultar até mesmo na prisão da dona do animal, segundo o delegado do município, Alberto Bueno Correa Filho. “O artigo 32 da lei que trata dos crimes contra o meio ambiente, o qual rege atualmente esta conduta, prevê a pena de 3 meses a 1 ano de prisão ou multa. Essa pena pode ser acrescida de 1/6 ou 1/3 caso o animal morra em decorrência dos maus-tratos recebidos”, informa.

O G1 entrou em contato com a tutora das cadelas resgatadas. Por telefone, ela informou que não tem previsão para voltar a Piraju e que, por isso, autorizou a amiga a encaminhar os animais para a adoção.

Entenda o caso

A Aprapi ficou sabendo dos maus-tratos ao animal por meio de denúncias anônimas. No último sábado (21) voluntários foram até a casa e entraram no local com a autorização de uma vizinha que vive nos fundos do terreno. No mesmo dia a cadela foi levada ao veterinário.

Fonte: G1

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